ATA DA OCTOGÉSIMA NONA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 05-10-2009.
Aos cinco dias do mês de outubro do ano de dois mil
e nove, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada,
respondida pelos Vereadores Airto Ferronato, Bernardino Vendruscolo, Carlos
Todeschini, DJ Cassiá, Elias Vidal, Haroldo de Souza, João Carlos Nedel, João
Pancinha, Maria Celeste, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Paulinho Ruben Berta,
Sebastião Melo e Toni Proença. Constatada a existência de quórum, o Senhor
Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram
os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Aldacir José Oliboni, Beto Moesch,
Dr. Raul, Dr. Thiago Duarte, Engenheiro Comassetto, Ervino Besson, Fernanda
Melchionna, João Antonio Dib, Juliana Brizola, Luiz Braz, Marcello Chiodo,
Mario Manfro, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Paulo Marques, Pedro Ruas, Reginaldo
Pujol, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. À MESA, foram
encaminhados: pelo Vereador João Carlos Nedel, os Projetos de Lei do
Legislativo nos 190, 191 e 193/09 (Processos nos 4098,
4147 e 4159/09, respectivamente); pelo Vereador João Pancinha, o Projeto de
Resolução nº 035/09 (Processo nº 4178/09); pelo Vereador Paulinho Ruben Berta,
o Projeto de Lei do Legislativo nº 181/09 (Processo nº 3907/09). Ainda, foram
apregoados os seguintes documentos, deferidos pelo Senhor Presidente:
Requerimentos de autoria do Vereador Nilo Santos, solicitando o desarquivamento
dos Projetos de Lei do Legislativo nos 105/07 e 020/08 (Processos nos
3660/07 e 0853/08, respectivamente); Requerimentos de autoria dos Vereadores
Adeli Sell, Airto Ferronato, Sebastião Melo e Valter Nagelstein, solicitando
autorização para representar externamente este Legislativo, do dia onze ao dia
quatorze de outubro do corrente, em visita oficial ao Porto de Rosário, para
conhecer a modelagem adotada no projeto de revitalização de área portuária, na
Cidade de Rosário, na Argentina; Requerimento de autoria do Vereador Waldir Canal,
solicitando autorização para representar externamente este Legislativo, nos
dias seis e sete de outubro do corrente, em reunião com a Bancada Gaúcha no
Congresso Nacional para “participar da reunião em defesa da participação do RS
nos benefícios do Pré-sal”, em Brasília – DF. Também, foram apregoados os
seguintes Memorandos, deferidos pelo Senhor Presidente, solicitando autorização
para representar externamente este Legislativo: no 031/09, de
autoria do Vereador Aldacir José Oliboni, no dia dois de outubro do corrente,
na solenidade de inauguração da 19ª Feira Latino-Americana de Artesanato, às
dezessete horas, no Centro Cultural Usina do Gasômetro, em Porto Alegre; nº
107/09, de autoria do Vereador Beto Moesch, no dia de hoje, no julgamento de
Ação Direta de Inconstitucionalidade, às quatorze horas, na sede do Tribunal de
Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre; nos 094 e
043/09, de autoria, respectivamente, dos Vereadores Engenheiro Comassetto e
Nelcir Tessaro, no dia de hoje, no Seminário Regional sobre Moradia Digna, realizado
pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, às quatorze horas,
no Palácio Farroupilha, em Porto Alegre, e nº 041/09, de autoria da Vereadora
Fernanda Melchionna, do dia primeiro ao dia cinco de outubro do corrente, no “I
Encuentro Nacional de Estudiantes Nacionalistas”, a ocorrer no dia três de
outubro do corrente, na cidade de Lima, Peru. Do EXPEDIENTE, constaram: o
Ofício nº 216/09, do Senhor Valdemir Colla, Superintendente Regional da Caixa
Econômica Federal – CEF –, e o Comunicado nº 112115/09, do Senhor Daniel Silva
Balaban, Presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE. Durante a Sessão,
deixaram de ser votadas as Atas da Décima Primeira, Décima Segunda, Décima
Terceira, Décima Quarta e Décima Quinta Sessões Solenes. Às quatorze
horas e quatro minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados
às quatorze horas e dez minutos, constatada a existência de quórum. A seguir,
em face do Requerimento de autoria do Vereador Valter Nagelstein, aprovado na
Décima Primeira Sessão Extraordinária, solicitando Licença para Tratar de Interesses
Particulares no dia de hoje, o Senhor Presidente declarou empossado na vereança
o Suplente Paulo Marques, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de
Constituição e Justiça. Em prosseguimento, o Senhor Presidente prestou informações
acerca da ordem dos trabalhos da presente Sessão. Em seguida, o Senhor
Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Carlos Alberto
Sant’Ana, Presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil – Departamento do
Rio Grande do Sul – IAB/RS –, que apresentou a visão dos Arquitetos do Rio Grande
do Sul sobre o desenvolvimento da Cidade, enfocando, em especial, questões
atinentes ao Plano de Desenvolvimento Urbano Ambiental de Porto Alegre – PDDUA.
Após, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores João Antonio Dib,
Sofia Cavedon, Fernanda Melchionna, Luiz Braz, Maria Celeste e João Pancinha
manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Às
quatorze horas e quarenta e quatro minutos, os trabalhos foram regimentalmente
suspensos, sendo retomados às quatorze horas e quarenta e cinco minutos,
constatada a existência de quórum. Em continuidade, constatada a existência de
quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento verbal formulado pelo Vereador
Toni Proença, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão,
iniciando-se o período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado a assinalar o transcurso
do Mês do Idoso, nos termos do Requerimento nº 124/09 (Processo nº 3870/09), de
autoria da Mesa Diretora. Compuseram a Mesa: o Vereador Toni Proença, 2º
Vice-Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; a Senhora Beatriz Poggetti
Piccoli, Coordenadora das Políticas Públicas para a Terceira Idade da
Secretaria da Justiça e do Desenvolvimento Social do Rio Grande do Sul; a
Senhora Hilda Diogo, Presidenta do Conselho Municipal do Idoso – COMUI –; o
Senhor Francesco Conti, Coordenador do Centro de Apoio Operacional dos Direitos
Humanos do Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul, e o Delegado
Abílio Pereira, da Delegacia de Polícia de Proteção ao Idoso. Ainda, o Senhor
Presidente registrou as presenças, neste Plenário, de representantes do Centro
da Comunidade do Parque Madepinho – CECOPAM –, do Centro Regional de
Assistência Social Sul e Centro-Sul, do Grupo Arte de Viver, do Asilo Padre Cacique
e do Grupo SEMEAR. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os Vereadores João Carlos
Nedel e Ervino Besson. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o Vereador Airto
Ferronato. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra à Senhora Beatriz
Poggetti Piccoli, que destacou a importância do registro efetuado pela Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quinze horas e vinte e cinco minutos, os
trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e
vinte e oito minutos, constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÕES,
pronunciaram-se o Vereador Adeli Sell, em tempo cedido pelo Vereador Engenheiro
Comassetto, e a Vereadora Fernanda Melchionna. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER,
pronunciou-se a Vereadora Fernanda Melchionna. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se
os Vereadores João Antonio Dib e Beto Moesch, este em tempo cedido pelo
Vereador João Carlos Nedel. A seguir, constatada a existência de quórum
deliberativo, foi aprovado Requerimento verbal formulado pelo Vereador
Sebastião Melo, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente
Sessão. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os Vereadores Carlos
Todeschini, Luiz Braz, Alceu Brasinha e João Antonio Dib. Na oportunidade,
foram apregoados os seguintes Requerimentos, subscritos nos termos do artigo
120, inciso VI, do Regimento, deferidos pelo Senhor Presidente, solicitando
votação em destaque de Emendas apostas ao Projeto de Lei do Executivo 025/09
(Processo nº 3655/09): de autoria do Vereador Sebastião Melo, com relação à
Emenda nº 67; de autoria do Vereador Pedro Ruas, com relação às Emendas nos
24, 25, 26, 27, 28, 29, 65 e 66; de autoria da Vereadora Maria Celeste, com
relação às Emendas nos 01, 02, 03, 04, 05, 06, 07, 08, 09, 12, 13,
14, 15, 16, 17, 20, 23, 30, 31, 32, 33, 34, 36, 39, 40, 41, 42, 43, 44, 45, 48,
49, 50, 51, 52, 53, 54, 55, 59, 60, 61, 62, 64, 68, 69, 70, 71, 72 e 73, e de
autoria do Vereador Beto Moesch, com relação às Emendas nos 10, 22,
35, 78 e 79. Também, foi apregoado o Ofício nº 708/09, do Senhor José Fortunati,
Prefeito Municipal de Porto Alegre, em exercício, encaminhando, nos termos do
artigo 4º, § 2º, da Lei Complementar Municipal nº 614/09, o resultado oficial
da Consulta Pública realizada no dia vinte e três de agosto do corrente, que
versa sobre a inclusão de atividade residencial na área onde se localizava o
“Antigo Estaleiro Só”. Ainda, por solicitação do Vereador Aldacir José
Oliboni, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao
Senhor Jaime Rosa, ex-Conselheiro Tutelar da Microrregião 04, falecido no dia
de ontem. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pela oposição, pronunciou-se a Vereadora
Maria Celeste. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER,
pronunciou-se o Vereador João Pancinha. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pelo Governo,
pronunciou-se o Vereador João Antonio Dib. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER,
pronunciou-se o Vereador Ervino Besson. A seguir, constatada a existência de
quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Após, foram apregoados os seguintes
Requerimentos, subscritos nos termos do
artigo 120, inciso VI, do Regimento, deferidos pelo Senhor Presidente,
solicitando votação em destaque de Emendas apostas ao Projeto de Lei do
Executivo 025/09:
de autoria do Vereador Alceu Brasinha, com relação às Emendas nos 46
e 47; de autoria do Vereador Marcello
Chiodo, com relação às Emendas nos 18, 19 e 21, e de autoria
do Vereador Mario Manfro, com relação às Emendas nos 56, 57 e 63. Em
Discussão Geral e Votação, estiveram o Projeto de Lei do Executivo nº 025/09 e
as Emendas apostas, os quais, após serem discutidos pelos Vereadores Adeli
Sell, Fernanda Melchionna, Reginaldo Pujol, Engenheiro Comassetto, Luiz Braz,
Alceu Brasinha, Mauro Pinheiro, Elias Vidal, Aldacir José Oliboni, João Antonio Dib,
Carlos Todeschini e Maria Celeste, tiveram seu período de discussão declarado
encerrado pelo Senhor Presidente. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Executivo
nº 025/09, os Vereadores Paulinho Ruben Berta e Marcello Chiodo cederam seus tempos de discussão aos Vereadores
Elias Vidal e Alceu Brasinha, respectivamente. Na oportunidade, em face de
manifestações formuladas pelos Vereadores Elias Vidal e Luiz Braz, o Senhor Presidente
prestou esclarecimentos acerca das inscrições para pronunciamento dos Senhores
Vereadores durante a Ordem do Dia da presente Sessão. Ainda, a Vereadora Maria
Celeste formulou Requerimento verbal, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando
acesso aos autos do Projeto de Lei do Executivo nº 025/09. Às dezessete horas e
quarenta e três minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo
retomados às dezessete horas e quarenta e quatro minutos, constatada a existência
de quórum. Às dezoito horas e treze minutos, constatada a inexistência de quórum,
o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores
Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental.
Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Sebastião Melo, Adeli Sell e
Toni Proença e secretariados pelos Vereadores Nelcir Tessaro e João Carlos
Nedel. Do que eu, Nelcir Tessaro, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a
presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo
Senhor Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Havendo
quórum, estão abertos os trabalhos da presente Sessão.
Convido
os Srs. Vereadores a aproximarem-se da Mesa para firmarmos acordo de
Lideranças. Estão suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se os trabalhos às 14h04min.)
O
Ver. Paulo Marques assumirá no lugar do Ver. Valter Nagelstein na data de hoje.
Já prestou compromisso na Casa e responderá pela Comissão de Constituição e
Justiça neste período. Bem-vindo, Ver. Paulo Marques.
Peço
a atenção dos Srs. Vereadores para o ordenamento dos trabalhos da tarde de
hoje. Havíamos pactuado que a Sessão de hoje, após o período de Comunicações e
Tribuna Popular, seria dedicada a discutir o Plano Diretor. Houve um
entendimento, do qual fui comunicado, Ver. João Dib, de que não utilizariam o
tempo hoje à tarde. Então, não havendo destinação para o Plano Diretor, vamos
cumprir, portanto, Tribuna Popular, Comunicações e entrar na discussão geral e
votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias.
Quero
dar boas vindas ao Movimento da Melhor Idade, dos idosos, especialmente à Srª
Beatriz Poggetti Piccoli, liderando várias pessoas. Seja muito bem-vinda,
Beatriz. Houve uma sugestão do Sr. Vice-Prefeito, José Fortunatti, para que
lhes destinássemos uma homenagem (Lê.)
“Ao cumprimentá-lo cordialmente, vimos, pela presente, solicitar uma Sessão
Solene alusiva ao mês do idoso, que inicia no dia 21 de setembro e termina no
dia 20 de outubro”. (Palmas.) Quero dizer aos senhores, especialmente à
senhora, que essa sugestão recebeu apoio dos 36 Vereadores. É por essa razão
que, logo em seguida, estaremos lhes destinando o período de Comunicações.
Passamos
à
O
Sr. Carlos Alberto Sant’Ana, Presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil,
Departamento do Rio Grande do Sul – IAB/RS – está com a palavra, pelo tempo
regimental de 10 minutos, para tratar de assunto relativo à visão dos arquitetos
do Rio Grande do Sul sobre o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e
Ambiental da Cidade. Seja bem-vindo, meu querido amigo e arquiteto.
O
SR. CARLOS ALBERTO SANT’ANA: Boa-tarde, Exmo
Sr. Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Exmos
Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, senhores e senhoras que
assistem a esta Sessão, mais uma vez o Instituto de Arquitetos do Brasil,
Departamento do Rio Grande do Sul, vem a esta Casa manifestar-se em questão de
interesse público, a propósito da votação de emendas à atualização do Plano
Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental da cidade de Porto Alegre. O
IAB-RS manifesta-se abertamente neste democrático instrumento da Tribuna
Popular, para expressar a sua preocupação com o rumo do desenvolvimento da
cidade de Porto Alegre desde a promulgação do Plano Diretor de Desenvolvimento
Urbano e Ambiental - Lei Complementar nº 434, de 1999.
Não
constitui novidade o posicionamento da nossa entidade que sempre alertou, por
seus documentos oficiais, que o PDDUA, da maneira como foi elaborado, poderia
constituir um problema ao desenvolvimento de Porto Alegre. Incoerentemente, a
Lei Complementar nº 434/99, que propõe um Plano Diretor “ambiental”,
“preservacionista” e “participativo”, na aplicação prática revelou-se um instrumento
de renovação urbana acelerada e com mecanismos de controle social extremamente
imperfeitos e sujeitos à manipulação desavergonhada e uma discricionariedade
injustificada e perigosa.
Em
que pese o PDDUA haver antecipado inúmeras conquistas posteriormente
incorporadas ao Estatuto da Cidade, tendo assumido, pelo menos nominalmente,
teses há muito tempo defendidas por nossa entidade em diversos movimentos
sociais e de profissionais do urbanismo e tendo sido inspirado por democráticos
instrumentos de consulta popular como o Congresso da Cidade, sua tradução em
texto legal incorporou uma visão reducionista do planejamento urbano sujeita
apenas à questão da valoração da terra e seu potencial construtivo. Longe ficou
de ser um instrumento de democratização do acesso à terra, à propriedade e
resolução da dívida social brasileira. Longe está de ser um instrumento de
preservação do privilegiado ambiente e paisagem que Porto Alegre ainda ostenta,
das tradições culturais e do modo de vida de nosso povo e da promoção de uma
economia solidária e distributiva. Muito pelo contrário, as proposições do
PDDUA que tiveram aplicação direta, foram apenas as expressas no plano
regulador e flexibilização de projetos especiais do setor privado. Restaram
como promessas jamais cumpridas a implantação de todas as demais questões
relativas ao monitoramento do desenvolvimento da Cidade, um plano acabado e
coerente de mobilidade urbana, de proteção de áreas especiais, culturais e
ambientais, de proteção da paisagem e continuidade de avaliação do
desenvolvimento da aplicação do plano.
Como
consequência, vemos o nosso patrimônio cultural e ambiental desprezado e
descartado em favor da homogeneização da paisagem em toda Cidade, que perde sua
identidade a cada dia. Também vemos catastróficas tendências de expansão da
frota automobilística da Cidade, compelida pela forma incoerente como os
problemas de mobilidade são encarados pelo Poder Público, que incentiva e
permite instalação de equipamentos concentradores de atividades de forma pouco
equilibrada e incentivando o uso do automóvel.
Muito
profunda é a transformação que a Cidade sofre com a perda de inestimáveis
parcelas de ambiente natural ou pouco incorporado ao meio antrópico e de sua
paisagem, assuntos que raramente são objeto de proteção ou lei, mas que
levantam multidões apaixonadas, como recentemente se viu numa consulta pública.
É triste e preocupante vermos a Cidade expandir sua área deixando para trás
vazios urbanos sem uso e sem desenvolvimento, mas atendidos por infraestrutura
urbana já paga, à espera de valorização.
No
tocante à economia, a Cidade testemunha a indústria da construção civil sofrer
com a ocupação do mercado local por empresas de outros Estados, conjuntamente
com o fechamento do mercado local para as pequenas empresas, o favorecimento
dos monopólios e oligopólios e do grande capital. Vemos os monopólios avançarem
sobre o comércio da Capital, expulsando o pequeno empreendedor para os mercados
mais inseguros, em desfavor do consumidor e do desenvolvimento harmônico da
Cidade.
Os
efeitos do PDDUA na cidade de Porto Alegre são sensíveis e suscitaram o inédito
movimento popular que, nos últimos anos, clama por um planejamento urbano mais
transparente, contra o uso de meias verdades para justificar medidas com
finalidades ocultas. Esses movimentos populares espontâneos têm voz muito mais
forte e assídua nesta Casa do que nossa entidade para que ousemos
interpretá-los, e representam a manifestação legítima de uma consciência
democrática crescente que representa uma maioria silenciosa, como se viu no
recente referendo popular acertadamente proposto por esta Câmara acerca de uma
emenda ao PDDUA que motivou milhares de pessoas a dedicarem seu tempo precioso
para se manifestarem sobre uma questão urbana.
No
entanto, os mecanismos do PDDUA são falhos em garantir uma representação justa
no sistema que tem a incumbência de administrar a aplicação do Plano Diretor, e
isso gera desesperança na população, levada a crer que é impedida e
desestimulada a apropriar-se dos mecanismos de participação no planejamento e
processos de decisão estratégicos.
Senhores,
a nossa presença nesta tribuna hoje não é para repetir fatos que são do
conhecimento de todos a esta altura do debate legislativo. Estamos em pleno
processo de votação das emendas ao Plano Diretor, e o futuro da Cidade está
sendo decidido. Se há contribuição que o Instituto de Arquitetos do Brasil pode
dar neste momento em que exatamente o objeto de nossa profissão de arquiteto e
urbanista é central para o desenvolvimento da Cidade é colocar-se como entidade
representativa que, historicamente, defende a arquitetura e interesses em
urbanismo como instrumento de solução de problemas sociais, sem estar
comprometida com interesses ocultos ou com imediatismo econômico, à disposição
dos poderes constituídos para colaborar na busca de um futuro menos sombrio
para esta Cidade, que determina os rumos geralmente seguidos por outros
Municípios do Rio Grande do Sul.
O
processo de planejamento nos leva a fazer escolhas que legaremos às gerações
futuras. Um legado que vai além da localização de estruturas, atividades ou do
comércio de bens. O grande legado do planejamento urbano são os valores que o
norteiam, que dizem o que podemos descartar ou eleger, os valores fundamentais
que refletem a profundidade do planejador.
Quais
serão os valores que herdarão os porto-alegrenses do futuro? Serão eles
condenados a não herdar qualquer laço com sua origem? Serão condenados a não
dispor de bens que desfrutamos hoje, como
ar, céu, horizontes? Poderão estabelecer com seu espaço existencial uma
relação de identidade, sentindo-se seguros ao trafegar em Porto Alegre? Irão
dispor de tranquilidade para planejarem suas vidas, livres para deslocarem-se
pela Cidade? Terão do que se orgulhar por serem porto-alegrenses?
Preocupa-nos
a possibilidade de o PDDUA ser um transmissor de nenhum valor às futuras
gerações. Se persistir a tendência de atribuirmos à Cidade apenas o valor
mercantil, poderemos perder a vinculação com a nossa Cidade. Um objeto reduzido
à mercadoria não transmite valor algum, pois subordina qualquer consideração ao
lucro. Se a elaboração de um projeto de uma cidade for dominada por essa visão,
teremos não uma cidade, mas uma unidade de produção e consumo, e sem cidade não
teremos cidadãos. Sem a cidadania, a civilização se degrada, e o homem reduzido
a consumidor e produtor degrada a sua humanidade. Uma sociedade pouco humana
será pouco civilizada. A violência e a incivilidade com as quais convivemos,
que assombram nossa época, não têm outra causa senão a exclusão e a diminuição
da condição humana.
Senhores
representantes do Legislativo de Porto Alegre, longe estamos de defender
posições extremistas e utópicas, de fazer discursos vazios de consequência por
pregar um outro mundo, embora seja, sim, possível. Reconhecemos a realidade do
mercado como elemento fundamental a impulsionar o desenvolvimento. O que aqui
vimos lembrar é que deve haver critérios na tomada de decisões. A Cidade é
feita de homens e não de pedras. São as pessoas a finalidade última do fenômeno
urbano. É a elas, portanto, que nós, arquitetos e urbanistas, servimos no
exercício de nossa profissão. A cautela quanto às considerações que visam
unicamente ao atendimento de objetivos corporativistas e imediatistas é uma
precaução econômica. Invocamos o testemunho da grande crise internacional,
derivada do descontrole e desregulamentação do capital, que arruinou vidas ao
redor do mundo. Não queremos que o futuro veja a vida dos porto-alegrenses
tornar-se pior e mais cara por consequência de nossa omissão.
No
ano passado, 2008, o IAB-RS colaborou ativamente com a Câmara Municipal de
Porto Alegre na organização da discussão “Porto Alegre, uma Visão de Futuro”.
Essa proveitosa parceria é para nós uma vitória, pois coloca a questão do
planejamento urbano no centro da cena política. O IAB-RS defende sempre a
realização de um planejamento técnico alicerçado na vontade popular, nos
valores democráticos e plurais. Defende que o desenvolvimento deve ser para
todos, em nosso estatuto está inscrito lapidarmente “a solução dos problemas
habitacionais do Brasil”, porém, que isso não se faça à custa do futuro.
Em nome
dos arquitetos e urbanistas associados do Instituto de Arquitetos do Brasil,
muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença):
Convido o Arquiteto Carlos Alberto Sant’Ana, Presidente do IAB-RS, a fazer
parte da Mesa.
O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB:
Sr. Presidente, Ver. Toni Proença; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, meu caro
Presidente do IAB, Arquiteto Carlos Alberto Sant’Ana; eu quero dizer a V. Sª
que nós estamos fazendo a revisão do Plano Diretor e que as áreas culturais e
as áreas ambientais estão muito bem cuidadas, eu acho até que exageradamente
cuidadas, às vezes, para um Plano Diretor.
Na
realidade, o Plano Diretor não vai resolver os problemas que a população
espera. O Plano Diretor não tem um plano viário, ainda que a Câmara já tenha
aprovado um Plano Cicloviário, que teve o estudo de três consultorias
paulistas, mas não mandaram o estudo dos paulistas, e sim do nosso Secretário
de Mobilidade Urbana. Nós temos dificuldades, o jornal Zero Hora de ontem
mostra dez obras que seriam essenciais para minimizar os problemas de trânsito,
mas não temos nenhuma delas prevista no Plano Diretor, porque nós não temos
plano viário. Dez obras para mudar o trânsito, algumas muito simples, outras um
pouco mais complicadas, mas o Plano Diretor não as contempla. Portanto,
cuidamos, sim, da parte ambiental e cultural, mas lastimavelmente para o
sistema viário nós não vamos ter solução nenhuma na revisão do Plano Diretor.
Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): A
Verª Sofia Cavedon está com a palavra, nos termos do artigo 206 do Regimento.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Prezado
Carlos Alberto, primeiro, nós queremos, em nome da Bancada, reconhecer o
protagonismo do IAB, as propostas, as manifestações muito importantes nesse
decurso da discussão não só do Pontal, do Cais, mas agora do Plano Diretor. Em
segundo lugar, concordo que a sociedade tem que estar preocupada de fato,
porque os debates do Plano Diretor, a análise que fizemos do Projeto que veio
para esta Casa e o posicionamento de algumas Relatorias nos indicam que nós
podemos piorar o Plano no sentido da preocupação que V. Exª trouxe aqui. Eu
posso dar um exemplo, que eu acho que é um dos grandes embates que teremos, que
são os Regimes Urbanísticos para as Áreas de Interesse Cultural, que são áreas
onde estão os nossos monumentos, onde está a nossa memória, o nosso patrimônio
cultural. E eu trago um exemplo aqui: lá na orla, na Av. Guaíba, do Clube
Veleiros do Sul até o bairro Pedra Redonda, o que a gente tem hoje, valendo
pelo Projeto, pelo estudo da UniRitter, e que vale como critério para EVU, por
decreto e por decisão judicial, é uma taxa máxima de ocupação de 50% e seis
metros de altura. No entanto, o novo Projeto prevê aplicação de Solo Criado,
abre totalmente os indicadores de construção, e o regime será definido de acordo
com projeto especial. Ou seja, Solo Criado em Área de Interesse Cultural nós
sabemos que significa avançar nas alturas e na agressão da paisagem e da
harmonia. E, se falarmos em altura na Cidade, resultado da avaliação que
tivemos da Secretaria do Planejamento, do conflito que tem na Cidade, que tem
muito índice construtivo, e as promessas de Governo, que, na maioria da Cidade
ficaria com 33 metros de altura no Centro da Cidade, na verdade, não se
realizam no Plano Diretor. No Plano Diretor (Aponta para o mapa.), esse laranja
vira marrom, que são 42 metros de altura, e muito pouco dos 33 metros onde está
em azul.
Então,
na verdade, teremos grandes embates para o Plano Diretor receber ajustes para
melhor neste debate aqui na Câmara, e queremos contar com protagonismo do IAB e
do conjunto do Fórum de Entidades que fez propostas muito pertinentes que serão
valorizadas pela nossa Bancada, com toda certeza, mas a sociedade precisa estar
atenta e participativa. Obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): A
Verª Fernanda Melchionna está com a palavra, nos termos do art. 206 do
Regimento.
A
SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Boa-tarde,
Ver. Toni Proença, na presidência dos trabalhos; Sr. Carlos Alberto Sant’Ana,
Presidente do IAB/RS, nossos visitantes, nossas colegas da terceira idade,
comemorando a sua Semana; eu venho fazer um pronunciamento em nome do PSOL,
primeiro para parabenizar a participação do Instituto dos Arquitetos do Brasil,
Seção RS, que cumpre na nossa Cidade e no nosso Estado um papel muito
importante, porque estão envolvidos com uma batalha diária para que os
Prefeitos, os Governos e os Legislativos estejam preocupados em resolver os
problemas de demandas populares de reforma urbana, de adequação do Plano
Diretor ao Estatuto da Cidade, naquilo que o Estatuto da Cidade tem de
progressivo, voltado para as demandas das comunidades; sobretudo em barrar um
processo de crescimento e de lucro que a especulação imobiliária vem tendo na
nossa Cidade, também refletido nos debates do Plano Diretor.
Foi
o caso do Pontal do Estaleiro, que essa entidade, em conjunto com várias
entidades ambientalistas, estudantis e várias organizações políticas da nossa
Cidade, conseguiu barrar um processo de privatização da orla no nosso rio. É no
processo de emendas e discussão do Plano Diretor, em que o problema das
alturas, em que o problema da sede pelos espaços de proteção ambiental estão em
jogo; e é sobretudo, também, no problema e no projeto do Cais Mauá, que todos
nós temos o sonho de revitalizar, mas não para construir espigões de 100 metros
de altura, como está proposto no Projeto, privatizando outra parte da
orla, e, mais do que isso, trazendo,
talvez, um caos no Centro da Cidade no que diz respeito à mobilidade urbana,
porque mais uma vez acerta o arquiteto Carlos Alberto quando fala do problema
real de mobilidade que nós temos na cidade de Porto Alegre, do trancamento, da
asfixia que têm os mecanismos de mobilidade urbana, as vias urbanas para o uso
de carros, o problema das ciclovias, o debate que temos que fazer sobre o
metrô, que se fala, se fala, e nada está sendo encaminhado até agora.
Infelizmente, o debate da Revisão do Plano Diretor não tem sido no sentido de
resolver esses problemas históricos da cidade de Porto Alegre, como a reforma urbana,
como o problema da mobilidade urbana da Cidade e, sim, justamente, atacar os
índices construtivos, aumentando a possibilidade de que se construam grandes
espigões ao invés de proteger o patrimônio histórico, ambiental, o patrimônio
da nossa Cidade.
Portanto,
nós queremos nos solidarizar com o pronunciamento do IAB, dizer da importância
dos arquitetos estarem presentes aqui nesta Casa, que será muito importante
que, neste processo de discussão do Plano Diretor, de discussão do Cais Mauá, o
IAB volte mais nesta Casa, as entidades voltem mais nesta Casa, os estudantes
voltem mais a esta Casa, a população se volte mais para esta Casa, para que, de
fato, a gente possa avançar num projeto que seja bom para a Cidade, que pense
no desenvolvimento sustentável, que respeite o meio ambiente, que respeite a
população. Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Luiz Braz está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. LUIZ BRAZ: A pedido
do Ver. Ferronato, também falo em nome do PSB. Quero cumprimentar o IAB,
cumprimentar o Presidente Toni Proença, apenas eu quero corrigir, mais uma vez,
uma fala que foi feita neste microfone, dizendo que o Projeto do Estaleiro, que
foi votado aqui, estava privatizando a orla. Não! Em 2002, foi votada a
legislação que deu oportunidade para que houvesse a ocupação. A Câmara estava
apenas votando uma alteração. O IAB é muito bem-vindo sempre a esta Casa,
porque, afinal de contas, eu acredito que sempre que nós vamos tratar de projetos
arquitetônicos, principalmente quando nós vamos tratar do Plano Diretor, no seu
todo, nós temos que consultar o IAB. Com certeza, o diálogo entre o IAB e esta
Casa tem que ser majorado; nós temos que aumentar, realmente, a possibilidade
de nós estarmos dialogando com o IAB. As transformações todas que nós fazemos
aqui, principalmente no urbanismo que nós tratamos dentro do Plano Diretor,
temos que fazer realmente em contato com os técnicos da Cidade. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): A
Verª Maria Celeste está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A
SRA. MARIA CELESTE: Presidente
Toni Proença, estou usando os dois minutos da Liderança do PT para saudar o
Instituto dos Arquitetos do Brasil, o Carlos Alberto Sant’Ana, Presidente; e
não só Presidente do IAB, mas também membro bastante atuante inclusive nas
Relatorias em que tive a oportunidade, na nossa Relatoria, de ter a presença de
V. Sa. contribuindo com as discussões, com os encaminhamentos, a respeito do
Plano Diretor. O que o senhor nos traz aqui é, de fato, o que nós estamos
vivendo nos dias atuais na Comissão Especial do Plano Diretor. Ainda há muita
dificuldade e falta de esclarecimento sobre várias questões que são apontadas
no Plano Diretor. Esta Casa tem a responsabilidade, e na Comissão Especial
todos os Vereadores estão fazendo um grande esforço para que, de fato, possamos
fazê-lo, de aprovar a Revisão do Plano Diretor, indo ao encontro do que pensa a
população de Porto Alegre; criando, sim, uma expectativa e uma perspectiva de
uma cidade que queremos para o futuro, trabalhando agora em cima das diretrizes
que nós queremos apontar no Plano Diretor.
Portanto,
a sua vinda na Tribuna Popular, no dia de hoje, é muito bem-vinda e traz, sim,
uma grande reflexão para todos os Vereadores, especialmente para os que
participam da Comissão Especial. Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença):
O Ver. João Pancinha está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. JOÃO PANCINHA: Presidente
Proença, meu caro Sant’Ana, Presidente do IAB, eu quero ressaltar a importância
da presença de V. Sa. aqui neste dia e também salientar a importância da
participação que teve ao longo do trabalho de Revisão do Plano Diretor, cujas
emendas estamos analisando agora. Eu gostaria de fazer um apelo a V. Sa. para
que participe e traga mais participantes do IAB para que - junto com os
Vereadores, e V. Sa. é um participante atuante no Fórum de Entidades - tragam
subsídios para que a gente possa realmente elaborar e criar o melhor Plano
Diretor para o momento. Então, em nome da Bancada do PMDB, eu saúdo a sua
participação aqui, saúdo a participação do IAB nas questões do Plano Diretor,
salientando sempre que é extremamente necessária a participação do IAB, dos
arquitetos e urbanistas, quando se discute o Plano Diretor.
Peço
a V. Sa. que continue participando assiduamente e que traga mais colegas para
que a gente possa realmente concretizar o melhor Plano Diretor para o momento.
Muito obrigado e parabéns!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Em
nome da Câmara Municipal, quero agradecer muito a participação do arquiteto
Carlos Alberto Sant’Ana, Presidente do IAB/RS, que trouxe a esta Casa o debate
sobre o Plano Diretor e a visão do IAB sobre esse importante Projeto de Lei que
estamos revisando. Parabéns ao IAB, parabéns ao arquiteto Sant’Ana, a quem
saudamos com muito entusiasmo.
Estão
suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 14h44min.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença – às 14h45min): Estão reabertos os trabalhos.
Tendo
em vista a homenagem ao Mês do Idoso, proposta pela Mesa Diretora, coloco em
votação o Requerimento de inversão na ordem dos trabalhos. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Passamos
às
Hoje, este período é destinado a homenagear o
Mês do Idoso, proposto pela Mesa Diretora. Convidamos a compor a Mesa a Srª Beatriz Piccoli, Coordenadora das
Políticas Públicas para a Terceira Idade; a Srª Hilda Diogo, Presidenta do
Conselho Municipal do Idoso de Porto Alegre, Comui; o Sr. Francesco Conti,
representante da Procuradoria-Geral de Justiça e Coordenador do Centro de Apoio
Operacional dos Direitos Humanos; o Sr. Delegado Abílio Pereira, da Delegacia
do Idoso, representante da Polícia
Civil.
Prestigiam
esta homenagem o Centro da Comunidade do Parque Madepinho – Cecopam; o Centro
Regional de Assistência Social Sul e Centro-Sul, Grupo Arte de Viver; representantes
do Asilo Padre Cacique; representantes do Grupo SEMEAR. (Palmas.) Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, autoridades presentes; representantes da
imprensa; senhoras e senhores.
O
Ver. João Carlos Nedel está com a palavra em Comunicações, representando a Mesa
Diretora, que é a proponente desta homenagem.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Ilustre
Presidente, Ver. Toni Proença; Srª Beatriz Piccoli, Coordenadora das Políticas
Públicas para a Terceira Idade; Srª Hilda Diogo, Presidenta do Conselho
Municipal do Idoso de Porto Alegre; Sr. Francesco Conti, representante da
Procuradoria-Geral de Justiça, Coordenador do Centro de Apoio Operacional dos
Direitos Humanos; Srª Enilda Dias Ferreira, do Instituto da Próstata, único
instituto que promove exames de PSA
gratuitos – e falo para os meninos; Srs. Mauro Rodrigues da Silva,
Loreni Aguero e Hermínio d’Andréa, representantes do Asilo Padre Cacique que
aqui nos dão a honra da visita; Sr. Nilo Pires, do Grupo Nossa Senhora de
Fátima da Terceira Idade, lá da Vila Divinéia, Bom Jesus, que também veio
acompanhado da Srª Carmem e da Srª Maria Roberta; Srª Guiomar Peres; Srª
Iolanda Azeredo e Srª Melânia Sossela, do Gabinete do Vice-Prefeito de Porto
Alegre, Dr. Fortunati; demais institutos e grupos que nos honram com suas presenças,
como é bom receber a visita de vocês nesta Casa!
Como
único membro da Melhor Idade da Mesa Diretora, fui, portanto, escolhido, por
maior idade da Mesa Diretora, para homenagear essa melhor idade, da qual, com
muita honra, faço parte.
Quero
cumprimentar a Prefeitura Municipal de Porto Alegre por elaborar extensa
programação para festejar o Mês do Idoso, em parceria com o SESC e com o
Conselho Municipal do Idoso. Elaboraram essa imensa programação que, realmente,
está bem composta e com várias atividades culturais, sociais, recreativas e
esportivas - não é, Ver. Tarciso? O Ver. Tarciso vai participar do Gre-Nal da
Melhor Idade dos veteranos em homenagem ao Mês do Idoso.
Quero,
então, me congratular com os meus colegas da Melhor Idade, já tenho, Ver.
Ferronato, até carteirinha do idoso para o transporte da nossa Cidade. Quero
também dizer a vocês que, por favor, me convidem para os bailes da Terceira
Idade. Eu quero fazer parte dos bailes. (Palmas.) Dizem que eu sou um pé de
valsa, mas não danço só valsa! Eu pinto em outras também, por favor, me
convidem!
O
Sr. Dr. Thiago Duarte: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu também quero me solidarizar
ao seu pronunciamento, Ver. Nedel, parabenizar o grupo da Melhor Idade e me
colocar à disposição nos bailes!
(Palmas.) Sempre que a gente tem algum momento como este, de
confraternização, é importante que a gente possa primar pela promoção da saúde.
Vejo que a imensa maioria é de mulheres, principalmente porque a mulher acaba
tendo uma prevenção e promoção à saúde muito maior do que a do homem; então,
que as mulheres que estão aqui possam continuar fazendo a sua prevenção ao
câncer de colo de útero e de mama e, sem dúvida nenhuma, possam, em casa,
comprometer seus esposos a que tenham o mesmo cuidado com a saúde. Saúde e
longevidade para todos e para todas! Um abraço.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Obrigado,
Ver. Dr. Thiago Duarte. Eu quero cumprimentar o Conselho Municipal do Idoso, a
Coordenadora das Políticas Públicas e o Dr. Francesco Conti, porque é
impressionante, senhoras e senhores, como nós evoluímos no atendimento às
pessoas idosas, participantes da Melhor Idade. São vários programas sociais,
programas de saúde, um bom exemplo é o Instituto da Próstata e tantas outras
entidades e instituições. Também o Instituto da Mama, com tantas evoluções
nesse tratamento, o que, realmente, coloca Porto Alegre na vanguarda do
atendimento à saúde do idoso.
A
Srª Sofia Cavedon: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Nedel, senhoras representando
o Conselho Municipal do Idoso, Presidente, queríamos nos somar – a Bancada do
Partido dos Trabalhadores – à homenagem e dizer aos nossos idosos que não é só
nos bailes que queremos ir, também estamos à disposição para receber as
demandas e lutar por políticas públicas para os idosos. Vêm a Copa, a
Olimpíada, o Cais do Porto, e nós queremos que a Cidade seja acessível e
prazerosa, principalmente para essa idade. Precisa política pública para isso,
e estamos de parabéns, porque é um dia de luta; é de comemoração, mas é de
luta, porque o País precisa melhorar sua forma de enxergar e acolher o idoso.
Obrigada.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Obrigado,
Verª Sofia Cavedon.
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. João Carlos Nedel,
eu sou o Vereador mais velho desta Casa - 80 anos -, mas eu me considero jovem,
acho que acumulei juventude, e sempre lembro de uma quadrinha que diz: Risca do
teu dicionário a palavra velhice./ Quem muito trabalha,/ não tem tempo para pensar
nessa tolice.
Na
realidade, o idoso não é tratado de forma conveniente. Ele precisa ter
oportunidades de se realizar, de ser útil à sociedade. Eu não acredito muito
nessa história do Dia do Idoso, do Mês do Idoso. Eu quero que os idosos tenham
as oportunidades que lhes faltam na aposentadoria, especialmente quando ele
passa a perceber valores cada vez menores.
Portanto,
quero cumprimentar, na pessoa do meu amigo Hermínio d’Andréa, que aqui está,
todos os idosos presentes, e quero dizer que, para mim, vocês são todos jovens.
Saúde e PAZ!
A
Srª Fernanda Melchionna: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Boa-tarde, Sr. Presidente do
Conselho Municipal do Idoso, Sr.
Francesco, saúdo também as nossas colegas, que estão enriquecendo e
embelezando a Câmara hoje.
Venho,
em nome do nosso Partido, me somar à homenagem e dizer da batalha que existe -
que o senhor levantava e está no panfleto -, da semana de atividades, quando se
devem pensar políticas públicas para a Melhor Idade: políticas públicas de
acessibilidade, pois a gente sabe da dificuldade que muitas vezes existe;
políticas públicas vinculadas ao problema do acesso à saúde; nas atividades e
nas oportunidades também, porque a gente sabe que é muito difícil, muitas
vezes, conseguir um emprego, dependendo da idade.
Eu
queria também me somar, além de estar à disposição para o baile, falando da
luta que existe no País, muito importante para os colegas da Melhor Idade, hoje
conosco, e para a sociedade, que é a luta pelo o fim do fator previdenciário,
que reduz a aposentadoria de todos nós, quando vamos nos aposentar,
independente dos anos de serviço que prestamos; nos matamos trabalhando por 30
anos e, por não termos a idade mínima, deixamos, às vezes, 20% da
aposentadoria. Também quero me somar à batalha para que o salário do aposentado
seja vinculado ao reajuste do salário mínimo, porque muitos idosos se aposentam
recebendo 10 salários e, depois de cinco anos, passam a receber quatro
salários, porque existe uma política injusta de tirar dinheiro dos aposentados
do nosso País. Portanto, nos solidarizamos com as lutas por políticas públicas
e por melhorias salariais reais para esse setor da sociedade. Parabéns e contem
conosco na luta!
O
Sr. Nilo Santos: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Gostaria de saudar todos, todos
esses guris e essas gurias que estão aqui conosco, em nome do Partido
Trabalhista Brasileiro, quero dizer que hoje não é dia de discutir política, é
dia de nós celebrarmos esse Mês do Idoso. Em nome da Bancada do PTB, composta
pelos Vereadores DJ Cassiá, Nelcir Tessaro, Marcello Chiodo, Alceu Brasinha,
tenho a honra de ser o Líder da Bancada, mando um grande beijo para todos os
idosos em comemoração a esse mês maravilhoso.
O
Sr. João Pancinha: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Carlos Nedel, quero
cumprimentá-lo pelas palavras pronunciadas, saudar a Mesa e quero dizer que
este Mês do Idoso deve ser reverenciado com entusiasmo, porque nós precisamos
realmente fazer com que o idoso seja reconhecido, mas não pela sua idade, e sim
pela sua experiência. Nós precisamos dar força a esses homens e mulheres que
estão aqui mobilizados para fazer algo a mais para a sociedade, para que eles
possam trazer outras pessoas, para que juntos consigam continuar construindo
com a nossa sociedade. Então eu saúdo a participação do idoso, que eu costumo
chamar de “melhor idade”. Para que seja melhor idade, nós precisamos resgatar e
termos políticas públicas que realmente façam com que essa seja a melhor idade.
E como se faz isso? Tratando com respeito e dignidade e, acima de tudo, dando
oportunidade para que eles tragam as suas experiências para a nossa comunidade.
Então, parabéns aos idosos e continuem lutando, porque nós precisamos muito,
Porto Alegre precisa, o Brasil precisa dessa experiência, que seja divulgada
entre todos. Obrigado.
O
Sr. Paulinho Ruben Berta: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Nedel, quero
parabenizá-lo pela atitude; e, em nome da Bancada do meu Partido, o PPS, em
nome de Ver. Toni Proença, Ver. Elias Vidal, eu quero colocar a Bancada e o meu
Partido à disposição dessa grande luta que é para dar as condições necessárias
de vida à nossa melhor idade.
Eu
venho de um lugar onde o idoso é praticamente esquecido. Por isso, nós e o
nosso Partido estaremos trabalhando junto, de mãos dadas, para levar as
condições necessárias para quem hoje não é idoso, mas que chegará a essa
condição no dia de amanhã. Parabéns a todos os idosos pelo Mês do Idoso.
(Palmas.)
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: O Ver. Tarciso vai dizer se ele vai ou
não fazer um gol no Gre-Nal de veteranos em homenagem ao Mês do Idoso.
O Sr. Tarciso Flecha Negra: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Com prazer, eu quero saudar o nosso Ver. João Carlos Nedel, todos
os idosos, e principalmente a tia Zefa, a quem conheço pelo seu trabalho no
morro com toda aquela criançada.
Eu
quero deixar aqui uma saudação enorme, um carinho muito grande pelos idosos,
porque são eles que nos ensinam a sermos seres humanos, cidadãos. Parabéns, idosos; parabéns a todos,
contem com este Vereador. A gente está aqui à disposição para lutar por essa
classe maravilhosa; um dia, daqui a “alguns metros”, estarei chegando lá.
Obrigado. (Palmas.)
O Sr. Aldacir José Oliboni: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Nedel, eu queria parabenizá-lo pelas suas palavras, bem como
as entidades que hoje comemoram o Mês do Idoso. Eu estava ouvindo e me
lembrando da minha mãe, que tem 87 anos de idade e está a 460 quilômetros daqui.
Muitas dessas senhoras que estão aqui e criam seus filhos também têm, hoje,
seus filhos distantes, em outros Estados, em outros países.
Com
certeza, este é um mês de reflexão, para refletir se os Governos estão de fato
atendendo aos idosos. Quando nós andamos pelas Unidades de Saúde, percebemos as
dificuldades que têm os idosos, com leis que não são cumpridas. Este mês também
servirá para nós mesmos fazermos uma enorme reflexão no sentido de verificar em
que ponto nós teremos que trabalhar mais e também no sentido de prestar um
reconhecimento aos idosos de que eles também já deram uma grande contribuição
para a sociedade. Então, neste momento, com certeza, tanto nós, da Câmara, como
do Executivo, temos que olhar com outros olhos para essa população que, às
vezes, fica distante daquilo que ela espera da sociedade. Parabéns a vocês e
sucesso. (Palmas.)
O Sr. Dr. Raul: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador). Ver. Nedel, gostaria de me solidarizar com a sua iniciativa e com
os nossos idosos em geral, não só no seu mês, mas todos os dias. Nós, como
médicos, que viemos trabalhando há tantos anos e atendendo muitos idosos todos
os dias, na nossa rede pública de saúde, sabemos dessa dificuldade. Já
propusemos aqui na Casa, inclusive já foi aprovada, uma Frente Parlamentar em
Defesa dos Idosos, porque nós sabemos que com a idade os problemas vão
aparecendo, não só na área da saúde, na área da previdência, mas a própria
violência e o abuso, e estamos juntos com vocês. Se não somos idosos, estamos
quase lá, então, já estamos, praticamente, trabalhando em causa própria. Um
abraço a todos.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Para
encerrar, Ver. Toni Proença, o Ver. João Antonio Dib já falou que nos visita
aqui o Sr. Hermínio d’Andréa, que é amigo pessoal dele, meu amigo também, está
no Asilo Padre Cacique, hoje veio nos visitar e trouxe uma mensagem escrita,
que eu vou ler uma parte pequena, porque já estou com o tempo ultrapassado. Diz
o Sr. Hermínio d’Andréa: “De novo, o ano do idoso, e, com isso, o idoso vai
ficando cada vez mais velho. E para não sentirem o peso da idade, o melhor é
procurar o ‘cantinho acolhedor´ e esse cantinho é o Asilo Padre Cacique, apesar
dos seus 128 anos. E é por tudo isso que aqui estamos, homens e mulheres. São
aproximadamente 150 moradores no Asilo Padre Cacique que recebem os cuidados
médicos, dos enfermeiros, dos funcionários e de pessoas de diferentes classes,
que com o pouco que contribuem fazem com que nós possamos passar melhor os
nossos dias. Peço aos Vereadores, também, o calor dos vossos corações, que
visitem os idosos nos asilos.” Encerrando, ele diz assim: “Pelos Vereadores,
dignos representantes da nossa comunidade, sem credo ou cor, que a Divina
Providência os preserve de todos os males e os conduzam pelo caminho da Justiça
e da Paz.”
Muito
obrigado, Sr. Presidente, parabéns a todos os idosos.
(Não
revisado pelo orador.)
O
Ver. Ervino Besson está com a palavra em Comunicações.
Passando
rapidamente os olhos pelas nossas galerias que hoje se abrilhantam com a
presença de vocês, pois hoje é um dia importante para a Casa, porque esta tem a
oportunidade de prestar uma homenagem aos idosos, vejo que temos aqui pessoas da Cecopam, nossos vizinhos da Zona
Sul, Arte de Viver, Asilo Padre Cacique, SPAAN, Dalmar, do Jardim Vila Nova,
pessoas que fazem um trabalho extraordinário com os nossos idosos. Vejo também,
representando a nossa querida Cidade de Deus, o Sr. Flodoaldo e Dona Cléia; na
sexta-feira, estivemos juntos. Vejo alguns idosos que estavam no jantar de
inauguração da recuperação da Casa Paroquial do Padre Gerson.
Esse
é um convívio fraterno com a comunidade. Que bom vê-los sempre presentes aqui,
Sr. Flodoaldo e Dona Cléia. Também destaco a Selbene, uma assistente
social que trabalha comigo, assistente social da FASC, que, em 1984, fundou
dois grupos de idosos que permanecem até hoje: o Grupo da Amizade e o Grupo da
Esperança. Que bom que as pessoas conseguem criar e montar esses grupos, e as
pessoas dão continuidade - isso é muito importante! Iolanda Azeredo, que bom
vê-la nas galerias junto com as pessoas, essas pessoas que muito fizeram, na
sua trajetória, para o engrandecimento da nossa Cidade, da nossa comunidade.
Isto é o importante: cada um e cada uma de vocês fizeram e fazem um grande
esforço para que a nossa querida Porto Alegre chegue à forma como ela se
encontra no dia de hoje. Foi graças ao trabalho de cada um de vocês!
Também
quero destacar – já foi destacado – o almoço que tivemos no último fim de
semana no Sindicaixa. Quero parabenizar a D. Enilda Ferreira e o Dr. Marcos,
que é médico desta Casa e que foi se especializar nos Estados Unidos, com a
licença desta Câmara. Ele é médico especialista em próstata, hoje está cedido
para a Secretaria da Saúde e presta um relevante trabalho. Ontem, tivemos a
oportunidade de estarmos juntos naquele almoço, onde cada um teve a
oportunidade de falar, os médicos que estavam presentes, sobre o que
representa... Nós, homens, temos de quebrar esse tabu... A qualidade de
vida do nosso povo é graças ao cuidado que nós temos, e nós, homens, temos
aquele medo, aquele tabu para fazer o exame da próstata. E o exame, quando é
preventivo, tem de ser feito mesmo. Há vários médicos que cansam de falar aqui
na tribuna alertando a população para fazer o exame preventivo da próstata.
Então, vamos fazer, gente! Os médicos estão alertando, os médicos estão aí para
prolongar a nossa vida, para evitar um sofrimento maior. Nós temos aqui o Dr.
Thiago e o Dr. Raul, que tanto alertam para que nós possamos quebrar esse tabu.
Para
encerrar, meu caro Presidente, eu quero prestar uma homenagem a uma tia minha
que está muito longe, lá na Itália: Celestina Besson. Completou, há poucos
dias, 99 anos de idade! Qualidade de vida extraordinária! Permitam-me os
médicos, as pessoas que me assistem, falar: ela toma um copinho de vinho tinto
todos os dias no almoço e na janta. O vinho bom é saúde, minha gente!
Desculpem-me os médicos, mas, de vez em quando, vamos tomar um vinhozinho
tinto, um vinho bom, o nosso vinho fabricado aqui, que também é saúde para os
nossos velhinhos! Muito obrigado, Presidente. Um abraço muito fraterno e um
beijo para todos vocês. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença):
O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. AIRTO FERRONATO: Sr.
Presidente, caro Toni Proença; Hilda Diogo, nossa Presidente do Conselho
Municipal do Idoso; Beatriz Piccoli, Coordenadora das políticas públicas para o
idoso na Prefeitura de Porto Alegre; senhoras e senhores, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, nossos visitantes, hoje e agora estamos homenageando o idoso. Lá,
em 1990, quando fui Vereador desta Câmara pela primeira vez, discutia-se uma
série de questões relativas ao idoso. Apresentei um Projeto de Lei que foi
aprovado, e tenho certeza de que, com esse Projeto, muitas pessoas melhoraram
um pouco o seu nível e a sua qualidade de vida; refiro-me àquele Projeto que
isentou de IPTU aposentados e pensionistas com até três salários mínimos de
renda. Alcançou um número bastante grande de pessoas naquela época, como ainda
hoje. Houve uma mudança que eu, particularmente, acredito não ter sido boa, ou
seja, se um aposentado hoje ganha três salários mínimos e se tem um imóvel que
vale pouco mais de cem mil reais, ele tem que pagar IPTU pelo valor do imóvel.
Acontece que, daqui a pouco, esse imóvel foi herdado. Então, tenho certeza de
que, com aquela proposta, nós trouxemos um pequeno benefício ao idoso do
Município de Porto Alegre.
Agora,
estamos apresentando um outro Projeto de Lei. Refletindo sobre ele, meu caro
Ver. Oliboni, criou-se, lá em Brasília, o Estatuto Nacional da Criança e do
Adolescente, o Estatuto Nacional do Idoso e uma série de outros estatutos. A
grande questão é que se criaram uma série de institutos para pensar no idoso,
mas o problema é financeiro, o problema é como financiar essas instituições. E,
se analisarmos o Fundo Nacional, e até o Municipal, da Criança e do
Adolescente, veremos que hoje ele tem tido uma resposta bastante significativa.
Em Brasília, estão discutindo hoje, e já se aprovou na Câmara Federal, um Projeto
do Deputado Beto Albuquerque que cria o Fundo Nacional do Idoso.
Eu
já apresentei, aqui na Câmara, um Projeto criando o Fundo Municipal do Idoso.
Para terem uma ideia da importância disso: primeiro, não acarreta despesa para
o Município de Porto Alegre; segundo, nós temos – e eu fui o Relator - o Plano
Purianual de Investimento, que prevê verbas para os próximos quatro anos. E
Porto Alegre tem, no PPA, uma verba de 2 milhões de reais, por ano, num
Programa chamado “Porto Inclusão”, cuja ação é apoio e atenção ao idoso.
Então,
além de outras fontes de recursos que se possam buscar para esse Fundo, a
primeira proposta que temos é que esses recursos de 2 milhões por ano sejam
levados a esse Fundo Municipal do Idoso para ser administrado, como é o Fundo
Municipal de Assistência Social, pelo Conselho Municipal do Idoso aqui em Porto
Alegre. Já encaminhamos o Projeto, acho que é uma novidade interessante, o
Brasil inteiro pensa nisso. Agora, precisamos viabilizar recursos, sem
retirá-los extraordinariamente da Prefeitura Municipal, mas viabilizando-os
diretamente a quem cuida das questões e das políticas do idoso, e, sem nenhuma
dúvida, nessa ponta está o Conselho e também a Coordenação de Políticas
Públicas do Município de Porto Alegre. Um abraço a vocês e parabéns a todos.
Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): A
Srª Beatriz Poggetti Piccoli, Coordenadora das Políticas Públicas para a
Terceira Idade, está com a palavra.
A
SRA. BEATRIZ POGGETTI PICCOLI: Boa-tarde
a todos, ao Sr. Presidente desta Sessão, Ver. Toni Proença; por intermédio do
seu nome eu cumprimento todos, todas as autoridades aqui presentes; quero
cumprimentar, em especial, a Srª Hilda Diogo, a Presidente do Comui; e o Dr.
Francesco. Quero dizer aos senhores que, enquanto estávamos sentados,
alinhavávamos uma parceria da Prefeitura com o Ministério Público, Dr.
Francesco. Já contei, já falei, e isso é muito importante para todos nós. Peço
uma salva de palmas para o Dr. Francesco e para essa parceria que já
alinhavamos. (Palmas.)
O
objetivo do Mês do Idoso, senhores, é chamar atenção para o papel do idoso na
sociedade e difundir políticas públicas de apoio a esse grupo de pessoas que
hoje representa 12% da população gaúcha. A Coordenadoria Municipal de Políticas
Públicas para o Idoso, cuja implementação e assinatura serão agora no dia 20 de
outubro, já é um avanço. Nós teremos em Porto Alegre, sim, uma Coordenadoria do
Idoso, da qual faço parte junto com a Iolanda, junto com a Melânia, junto com a
Guiomar, somos o grupo de estudo e de trabalho dessa Coordenadoria do Idoso,
cuja criação será assinada oficialmente dia 20 de outubro, em ato solene na
Prefeitura. E esta Coordenadoria está vinculada ao Gabinete do Vice-Prefeito
Fortunati; tem como finalidade articular e promover a interlocução entre o
Município e os diferentes segmentos da sociedade, com a finalidade de garantir
autonomia, integração e participação do idoso na sociedade. E eu quero que os
Srs. Vereadores verifiquem a quantidade de grupos que nós temos aqui, eu quero
muito agradecer a esses grupos, até porque eu sei que vocês devem estar um
pouco cansados. A nossa programação está sendo intensa: ontem, nós tivemos uma
passeata ali no Gasômetro, e havia em torno de 800 pessoas; amanhã, nós teremos
um grupo de teatro no Teatro de Câmara, ali na Rua da República; então a
programação está sendo realmente bastante intensa. Gente, muito obrigada por
vocês terem vindo, e eu faço questão que os Srs. Vereadores vejam que essa
massa, até então silenciosa, que é representativa, porque os idosos são 210 mil
votantes, consumidores, donos de opinião e formadores de opinião em Porto
Alegre. No Rio Grande do Sul há um milhão e 400 mil idosos. Então a ideia é
promover e fazer a integração com a Coordenadoria do Idoso, junto com todos
esses grupos – Sesc, Senac -, parceiros que estão conosco para fazermos a
participação e a integração do idoso na sociedade.
A
terceira idade no Rio Grande do Sul não se enquadra nos estereótipos de vovôs e
vovós que praticam esportes radicais e nem com velhinhos abandonados em asilos;
os idosos gaúchos formam o grupo heterogêneo, como eu já havia dito, de 210 mil
votantes e consumidores, que têm muito poder de influenciar as famílias, e com
muito mais poder do que se imagina. São formadores de opinião e, geralmente,
cuidam dos netos para que os filhos possam trabalhar, influenciando, assim,
toda a família.
Os
dados levantados no Brasil mexeram com a imagem tradicional dos velhinhos com
problemas. Esses nós temos de cuidar, sim, e a parceria que começamos a
alinhavar com o Dr. Francesco é no sentido de cuidar desses idosos que ficam em
casas de longa permanência. E, ao contrário desses, os que praticam esportes,
que estão se inteirando na sociedade, são os responsáveis pela manutenção de
25% dos lares nacionais, ou seja, 47 milhões de domicílios.
A
terceira idade não acontece de uma hora para outra. Todos nós, afora algum
acidente natural, vamos chegar na terceira idade. E saibam os senhores que essa
população de 210 mil pessoas deseja, e o desejo é muito forte, ser incluída;
eles não querem ficar separados dos demais cidadãos na hora de se verem
retratados. Os idosos, através de suas lembranças, poderão contribuir para o
valor das tradições do passado. Buscamos o respeito, o reconhecimento, não
pelos cabelos brancos, mas buscamos o respeito que a sociedade lhes é devedora
pela bagagem de vida, pela bagagem da sua sabedoria vivida e por oferecer aos
mais jovens a oportunidade de conhecer o passado vivido pelo olhar e pela
palavra de quem o viveu. E eu quero deixar uma frase para os senhores:
respeitar a pessoa idosa é tratar o próprio futuro com respeito. Obrigada a
todos. (Palmas.)
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença):
Obrigado, Srª Beatriz Piccoli, Coordenadora das Políticas Públicas para a
Terceira Idade.
Quero
agradecer muito pela presença da Beatriz; da Srª Ilda Diogo, Presidenta do
Conselho Municipal do Idoso; do Dr. Francesco Conti, Coordenador do Centro de
Apoio Operacional dos Direitos Humanos, representando a Procuradoria-Geral de
Justiça; dos representantes da Cecopam, do Centro Regional de Assistência
Social Sul e Centro Sul, da Arte de Viver, do Asilo Padre Cacique, do Grupo
Semear; ao Ver. João Carlos Nedel, que fez a saudação em nome da Mesa Diretora,
que propôs esta homenagem; e aos demais presentes. Este momento, além de ser
uma homenagem, teve o intuito de chamar à consciência de toda a população de
Porto Alegre sobre este Mês do Idoso e sobre a importância do idoso na nossa
sociedade. Muito obrigado a todos.
Estão
suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 15h25min.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença – às 15h28min): Estão reabertos os trabalhos.
O
Ver. Adeli Sell está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do
Ver. Engenheiro Comassetto.
O
SR. ADELI SELL: Caro
Ver. Toni Proença, colegas Vereadores e Vereadoras, senhoras e senhores, hoje
falarei das patrulhas, das lágrimas do Lula e do Pelé, mas vou falar também de
dor de cotovelo, vou falar de pilantragem, vou falar de mentiras. Eu posso ser
ignorante na discussão da área de esportes, mas idiota eu não sou. Como também
eu creio que o povo brasileiro e eu festejamos, na sexta-feira, a conquista das
Olimpíadas para o Rio de Janeiro, para o Brasil, porque antes de qualquer coisa
eu sou brasileiro, eu sou patriota, eu sou nacionalista e tenho orgulho de
sê-lo. Eu sou porto-alegrense hoje, porque fui adotado por esta Cidade, Ver.
João Dib; eu sou gaúcho, porque o Rio Grande do Sul me adotou, mesmo nascido em
Santa Catarina, porque este é o País, este é o Estado, esta é a Cidade da
solidariedade.
Eu
vejo um jornalista desta Cidade inventar que nós gastaremos 200 bilhões com a
Olimpíada, quando, na verdade nua e crua, gastaremos 25 bilhões. Portanto, é
mentira; isso se chama pilantragem.
Fernanda, podemos chamar isso de dor de cotovelo, mas eu acho que isso
é, antes de qualquer coisa, falta de ética, falta de solidariedade com o
Brasil, é falta de nacionalismo. Esses jornalistas patrulheiros das lágrimas de
Lula, de Pelé e dos brasileiros, minhas inclusive, diriam, no mesmo dia e na
mesma hora, que Lula, Pelé, o Brasil e o esporte brasileiro são incompetentes,
caso não tivéssemos levado a vitória nas Olimpíadas, meu caro Ver. Brasinha. Eu
acho que o Rio Grande do Sul, Porto Alegre, o Brasil, devem se sentir
orgulhosos por terem conquistado o que já conquistamos para o nosso País,
independentemente de quem seja Presidente da República.
Os
Jogos Pan-Americanos trouxeram coisas importantes para o Brasil. Se os locais
dos Jogos Pan-Americanos não são devidamente utilizados, vamos cobrar das
autoridades para que sejam devidamente utilizados. Mas uma boa fotografia nós
temos aqui, para refazê-la, remodelá-la, retocá-la na LDO, dando mais dinheiro
para o esporte, para a Secretaria Municipal de Esporte, Recreação e Lazer de
Porto Alegre, tão diligentemente coordenada pelo nosso colega João Bosco Vaz.
Vamos fazer isso ou não vamos fazer? Vamos, Ver. Mauro Pinheiro, fazer de tudo
para que seu filho que gosta de futebol possa ser um bom atleta. Mas não como
hoje, quando, infelizmente, a gente vê os interesses econômicos, pura e
simplesmente, os interesses político-partidários se impondo, sejam no esporte,
sejam em qualquer área. Meu caro DJ Cassiá, meu caro Ver. Todeschini - que tem
um menino que não só gosta de futebol, mas que já joga – o que eu ouvi nas
rádios, no final de semana, é intolerável, ouvi coisas que são uma barbaridade!
O
Sr. Mauro Pinheiro: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adeli Sell, quero me
solidarizar com o seu discurso. Isso é apenas oposição sobre oposição; isso não
é gasto, é investimento em nosso País, em nosso futuro, no turismo, no esporte.
Solidarizo-me com o senhor, Ver. Adeli Sell.
O
Sr. Alceu Brasinha: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adeli Sell, concordo
plenamente com o senhor. Esse jornalista que falou estas bobagens está com “dor
de cotovelo”. Quem não quer uma Olimpíada no seu País, pelo amor de Deus? Mas o
Ver. Todeschini é titular do time dos Vereadores aqui da Câmara.
O
SR. ADELI SELL: Dizem
que joga um bolão, ele e o Ver. Aldacir Oliboni. Meu caro Presidente Sebastião
Melo, meu caro Ver. Mauro Zacher, o ciclismo, todos os esportes, do futebol ao badminton,
à peteca, seja o que for, mesmo que eu seja, talvez, um ignorante, em termos de
discussão da área do esporte, eu senti orgulho de as Olimpíadas virem para o
Brasil. Eu tenho orgulho de ser brasileiro, de ser adotado como gaúcho e morar
em Porto Alegre! Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Agradeço
ao Ver. Toni Proença pela condução dos trabalhos.
A
Verª Fernanda Melchionna está com a palavra em Comunicações.
A
SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; colegas Vereadoras e Vereadores, público que
nos assiste, primeiro, neste tempo de Comunicações, nós gostaríamos de convidar
os colegas da Casa, o público e a população da Cidade para participar de um
debate muito importante que a nossa Comissão de Educação, Cultura, Esporte e
Juventude fará, amanhã, às 9 horas, aqui na Casa, que é o debate sobre os
estágios que os estudantes fazem e sobre o papel que esses estágios cumprem na
nossa sociedade.
Nós
sabemos que, corriqueiramente, desde que foi criada a modalidade de estágio,
cada vez mais e progressivamente, os estagiários vêm sendo utilizados como mão
de obra barata e como forma de substituição de funcionários em geral, com
algumas exceções, não tendo nenhuma vinculação com o seu objeto de
aprendizagem. Isso nos preocupa, porque o estágio é justamente um complemento
da educação através da vivência prática daquilo que se aprende, que contribui
para a formação dos profissionais, que contribui para a formação dos
estudantes, que deveria contribuir para que a pessoa, com o estágio, aprendesse
na prática o que estuda em sala de aula. Entretanto, as empresas e o Poder
Público vêm utilizando os estágios como forma de não pagar, Ver. João Dib, os
direitos trabalhistas para aqueles que cumprem o papel de funcionário. E isso
nos preocupa porque é uma prática corriqueira espalhada pelo nosso Brasil, pelo
nosso Estado, pelo nosso Município.
O
Sr. Mauro Zacher: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Fernanda, quero contribuir
com V. Exª: não só o Poder Público, mas muitas empresas que fazem o serviço de
seleção dos estágios têm cobrado uma taxa de administração, que é tirada da
bolsa do estudante. Essa é uma questão que tem que ser averiguada e denunciada.
Faço essa ponderação a Vossa Excelência.
A
SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Agradeço
pelo aparte e concordo plenamente com V. Exª, pois existe uma forma de
apropriação por parte de algumas empresas, que, inclusive, constroem sedes
enormes, com dinheiro não se sabe de onde, mas é do salário, da bolsa do
estagiário, dos contratos que fazem, muitas vezes, com os bancos, obrigando o
estagiário a receber em determinado banco. Portanto, é uma forma de dupla,
tripla exploração da juventude, que tanto precisa do trabalho.
Passei
nas escolas, Vereadores e Vereadoras, para convidar os Diretores para virem ao
debate, e muitos me disseram que vários estudantes faltam às aulas para não
faltarem ao trabalho, entre aspas, como se estágio fosse um trabalho e como se
o estágio fosse mais importante do que a aula. E, talvez, para o estudante, que
precisa se manter na escola, a quem falta recurso, a bolsa é importante. Agora,
que empresa é essa, que órgão público é esse que coloca o trabalho acima da
condição de aprendizagem do estudante?
Então,
amanhã, às 9 horas, estaremos aqui com dois Procuradores do Ministério Público
do Trabalho - o Dr. Ivan e o Dr. Rogério - para debatermos o caráter do
estágio, que papel tem que cumprir na nossa sociedade, e como denunciar,
Vereadores e Vereadoras, os abusos, a exploração que acontece na nossa sociedade.
Também
gostaria de aproveitar o nosso tempo de Comunicações para convidar todos e
todas para votar. Acontece na nossa Cidade um julgamento popular, um julgamento
popular do Governo Yeda Crusius. Hoje, o jornal Zero Hora já trouxe o
julgamento popular: 62% da população quer o impeachment. Mas parece que
a opinião do povo não entra nos ouvidos dos Deputados Estaduais. Parece que os
acordos, as negociatas do poder estão acima da vontade da população, que quer
punição aos corruptos, que quer devolução ao Erário dos desvios de 360 milhões
de reais, somando Detran e Operação Solidária. E, mesmo a população estando
descontente, mesmo a população tendo clara a necessidade impeachment
para aqueles de colarinho branco, que usufruem seus cargos...
O
Sr. Carlos Todeschini: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Fernanda, você vê que o
povo gaúcho rejeita a Governadora e pede o impeachment - 62% pedem o impeachment!
A decisão estará na mão do PMDB, que é o Partido majoritário e que tem o poder
de decisão. Tira a Yeda ou segura a Yeda pelas mãos do PMDB.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A
Verª Fernanda Melchionna está com a palavra, a partir de agora, para uma
Comunicação de Líder.
A
SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Agradeço
pelo seu aparte, Ver. Todeschini. Eu acho que está nas mãos dos Deputados do
PMDB e dos outros Partidos da base do Governo. Os Deputados foram eleitos pelo
povo gaúcho e têm que representar na Assembleia Legislativa a opinião do povo
gaúcho, que está expressa nas últimas pesquisas e também no descontentamento
popular. Nunca se viu na história do nosso Estado uma indignação tão grande com
um Governo.
Em
nosso País não se faz nenhum esforço para avançar nos mecanismos de controle
social da população sobre seus governantes, como, por exemplo, acontece em
países como a Venezuela, com os plebiscitos revogatórios, em que a população
colhe milhares de assinaturas e abre um processo de decisão no sentido de
seguir ou não um com determinado Governo. Nesse sentido, há um Projeto da
Deputada Federal Luciana Genro, na Câmara Federal, instituindo que a população
possa, sim, tirar aqueles que não cumprem a sua palavra, aqueles que dizem uma
coisa na época da eleição - que vão melhorar, que vai ter saúde, que vai ter
educação - e acabam com as suas promessas no primeiro dia de Governo! Os que
fazem negociata com os cargos públicos, que usam o dinheiro público para se
locupletar, para enriquecer, para ajudar os amigos empresários, e viram as
costas para a população, esses têm que ser banidos dos cargos públicos.
Melhor
seria se a população pudesse fazer um julgamento, Ver. Carlos Todeschini, se o
Brasil pudesse avançar no sentido de ter medidas de caráter popular que
pudessem revogar mandatos, sim, porque já existem essas medidas em outros
países. Infelizmente, no nosso País não há. Mesmo assim, nós ainda podemos,
Vereadores e Vereadoras: há um julgamento popular em que todos têm que votar,
em cuja cédula pode-se decidir se o Governo Yeda Crusius é culpado ou inocente.
A população pode decidir e tem que decidir, e levar o resultado quarta-feira, à
Assembleia Legislativa, para os Deputados da Comissão que vão avaliar o impeachment,
para ver se eles estão de acordo com o que vai sair nas urnas, com o que sai
nas pesquisas, com o que sai da boca do povo no nosso Estado, que não aguenta
mais a sangria dos cofres públicos, que não aguenta mais a corrupção no Rio
Grande do Sul.
Então,
eu queria convidar todos a votarem no julgamento popular até quarta-feira. Há
bancas nas escolas, nos órgãos de trabalho; temos uma urna no nosso Gabinete,
e, caso queiram votar, está à disposição dos Vereadores e Vereadoras,
funcionários e funcionárias desta Casa para que façam valer a sua voz dizendo
:“ ’não’ a esse Governo”, “basta de corrupção!”, “culpada!” e “tem que ser ‘impeachmada’
“.
Para
concluir, gostaria de socializar uma experiência muito interessante que tive em
representação externa desta Casa - e desde já agradeço ao Ver. Sebastião Melo
por ter aceito o nosso pedido para representar a Câmara no Encontro de Jovens Nacionalistas
do Peru. Nós, que acompanhamos a imprensa - a maioria de nós acompanha os
noticiários - infelizmente não vimos, Ver. Adeli Sell, o problema pelo qual
passaram os jovens e a população peruana em relação a um tratado de livre
comércio imposto pelos Estados Unidos, que queria privatizar a Amazônia, a
selva deles, privatizar a água, controlar as riquezas naturais daquele País,
fazendo com que todos os recursos energéticos, ambientais e de segurança
nacional possam ser usados pelas empresas multinacionais.
Aquela
população combativa, o povo peruano, fez uma jornada de lutas de mais de 60
dias e conseguiu derrotar os decretos privatizantes. Os indígenas, os
camponeses e os jovens peruanos nacionalistas fizeram valer a sua voz,
mostrando que a América Latina não é a “américa latrina”: é a América Latina!
Nós
temos o nosso continente, vamos defender os nossos recursos naturais e não
deixar que as empresas multinacionais e grandes imperialistas aproveitem as
nossas riquezas, como historicamente fizeram quando roubaram nosso ouro, nosso
açúcar, nosso pau-brasil; todas as riquezas naturais do nosso País e dos países
latino-americanos foram expropriadas pelos colonizadores. Mas isso ainda
continua, e os Estados Unidos seguem de olhos abertos para a riqueza do nosso
continente.
Os
jovens peruanos deram um exemplo de luta que tem que servir para os jovens
brasileiros, porque nós sabemos que já foi aprovada a Medida Provisória nº 458,
que permite seguir a devastação da Amazônia. Nós sabemos que também têm interesse
na nossa água, porque a água, daqui a 30 anos, pode estar em extinção, e nós
sabemos que teremos que defender as riquezas da nossa Nação. Façamos de exemplo
a luta dos jovens peruanos, dos camponeses peruanos, dos indígenas peruanos,
dos trabalhadores peruanos, para fazer valer a voz do Brasil na defesa dos
recursos naturais e para o controle das nossas riquezas! Muito obrigada.
(Palmas.)
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Haroldo de Souza está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra em Comunicações.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, nós
estamos em plena análise do Plano Diretor, enfrentando algumas dificuldades.
Mas, como eu creio na boa-vontade da Comissão que eu tenho a honra de presidir,
acho que amanhã, numa reunião que se fará no Salão Nobre da Presidência, nós
vamos encontrar um caminho tranquilo para acelerar a votação das emendas
destacadas e, também, cumprir aquele compromisso que nós temos com a Cidade e
com o Presidente da Casa.
Eu
tenho falado muitas vezes que o nosso Plano Diretor tem uma deficiência muito
grande, ele não traz um plano viário. No entanto, a Prefeitura já fez aprovar
um Plano Cicloviário, que foi estudado por três consultorias paulistas e por
integrantes do Executivo, e a Secretaria de Mobilidade Urbana mandou um Projeto
dizendo que ia fazer 495 quilômetros de ciclovias.
O
Secretário Senna, alguns meses atrás, disse que faria o edital de licitação
para as ciclovias da Av. Ipiranga, da Av. Sertório e da Av. João Antônio da
Silveira. Isso foi em abril; nós estamos em outubro, e o edital não saiu. Mas
eu disse a ele que eu entendia que talvez desse, na Av. Sertório, em alguns
trechos, para fazer uma ciclovia, e que provavelmente na Av. João Antônio da
Silveira também seria possível, mas que na Av. Ipiranga era impossível. Eu não
vi as ciclovias até agora e também não vi os editais.
O
jornal Zero Hora de ontem traz dez obras capazes de mudar o trânsito. A
primeira, na Rua Ramiro Barcelos com a Av. Independência. É um túnel pensado há
muito tempo, a Prefeitura considera a ideia interessante, pois daria à Rua
Ramiro Barcelos uma característica de via perimetral, mas não há projeto
definido. Deveria ter o projeto para o túnel na Ramiro Barcelos, porque isso já
foi pensado na Prefeitura. A segunda seria um viaduto na Av. Sertório com a Av.
Farrapos. O custo estimado seria de 30 milhões de reais. A Prefeitura diz que
reconhece que é um gargalo com grande volume de tráfego, porém, a construção de
viadutos deve ser analisada com cuidado para não agravar as poluições ambiental
e visual. Ora, é brincadeira! A terceira obra, sobre a qual o Ver. Haroldo de
Souza e eu várias vezes temos falado: Rua Garibaldi com Av. Independência. Eu
acrescentaria também a Rua Santo Antônio com a Independência, que seria o
binário. A Prefeitura diz que não é considerado projeto prioritário.
Duplicação
da Av. Wenceslau Escobar. A Prefeitura considera importante a duplicação da
Wenceslau, mas prematuro o restante da obra até o Extremo-Sul. Não há prazo ou
recurso definidos. Quando eu fui Prefeito, iniciei o alargamento da Wenceslau
Escobar, na altura da Vila Conceição, mas o Prefeito que me sucedeu mandou
parar a obra. Então, aí se faz um binário entre a Wenceslau Escobar e a Av.
Cel. Marcos para resolver o problema. Na Av. Carlos Gomes com a Av. Plínio
Brasil Milano, a Prefeitura diz que, no anteprojeto encaminhado ao Governo
Federal com melhorias para a Copa de 2014, está previsto um viaduto no local.
Antes da Copa de 2014 já estava previsto, já deveria ter o projeto. Na Av.
Ipiranga com Rua Silva Só, a Prefeitura considera que a obra teria utilidade,
mas seria complexa devido à necessidade de dois viadutos, além de acessos e alças.
Eu acho que essas obras, evidentemente eu não posso ler todas, seriam muito
importantes.
Quero
apenas dizer que há mais de dois anos, logo que foi inaugurada a Perimetral, eu
disse que deveria ser reorganizado o trânsito do transporte coletivo naquela
área e que os corredores deveriam ser eliminados. Aqui, agora, é a mesma coisa.
O que diz a Prefeitura? Avalia que o transporte público deve ser priorizado, e
não o automóvel. Iniciativa fora de cogitação. A Prefeitura parece que decide
tudo dentro de quatro paredes. Se forem à Perimetral, vão ver que no corredor
não passa ônibus! Chegam a decorrer 15 minutos sem passar ônibus nenhum. Tem
quatro ou cinco linhas no máximo, mas muito pouco utilizadas. Se passasse para
os passeios, a solução seria excelente. Numa outra oportunidade, volto a falar
nas outras três obras que o jornal Zero Hora indica e que são importantes para
vida da Cidade. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Beto Moesch está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do
Ver. João Carlos Nedel.
O
SR. BETO MOESCH: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, vamos
aproveitar este tempo para noticiar que foi considerada constitucional a Lei
das Carroças. E, na minha opinião, isso vem a fortalecer o papel da Câmara de
Vereadores no sentido de ter iniciativas no que diz respeito a temas do
Município. Essa decisão hoje faz com que a própria Comissão de Constituição e
Justiça e a própria Procuradoria desta Casa façam uma revisão dos seus
pareceres, Ver. Sebastião Melo.
A
Lei das Carroças é fruto de um dos debates mais intensos do ano passado, Verª
Sofia Cavedon, V. Exª obviamente se lembra. O que é importante colocar aqui,
Ver. Dib, inclusive em cima de uma tese que a gente vem, em conjunto,
defendendo, é que o papel do Município, através de uma instituição pública, é
fazer o recolhimento e o transporte dos resíduos, isso está no Código Municipal
de Limpeza Urbana desde 1990. Essa Lei das carroças, portanto, vem a ser um
instrumento a mais para que aquelas pessoas que queiram e precisam triar e
reciclar resíduos o façam nos locais apropriados para isso, que são os galpões
de triagem ou até uma indústria mais capacitada, mas jamais que fiquem
circulando pela Cidade, seja com carroça, com carrinho, com caminhão. Isso tem
que ser feito pelo Poder Público, no caso o DMLU. Volto a insistir, legislação
essa de autoria da própria Câmara de Vereadores, de 1990.
O
Sr. Bernardino Vendruscolo:
V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Beto Moesch,
V. Exª, como advogado, e eu, evidentemente, me arrisco a dizer que o Direito
anda, progride, modifica-se na medida em que há provocações, e assim é a vida.
A sociedade evolui, e parece-me que nós não podemos parar em alguns assuntos só
porque está estabelecido, nós devemos provocar. E mais: parece-me - e eu quero
pedir desculpas e não quero ser agressivo com o Ministério Público - que o
Ministério Público deveria se preocupar com aqueles que não trabalham, com os
desvios; nisso sim, aí há muito que trabalhar. Agora, por favor, se o Executivo
se omitiu até hoje, esta Casa tinha e tem que provocar e fazer aquilo que o
Executivo não faz.
O
SR. BETO MOESCH:
Perfeito, Ver. Bernardino. Agradeço-lhe, porque nós precisamos justamente é fazer
um trabalho em que os próprios condutores de carroça e carrinheiros dizem que
há um acompanhamento ineficiente do Poder Público em diversos anos desse
trabalho fundamental de reciclagem de resíduos. Em Porto Alegre, no Brasil,
Ver. Marcello Chiodo, precisamos dos reclicadores, que deveriam passar a não
serem mais catadores, mas recicladores. Nós temos que ampliar a separação de
resíduos. A coleta seletiva de resíduos existe desde 1990 nesta Cidade, mais
recentemente se ampliou, mas ainda faltam campanhas educativas para que as
pessoas possam separar ainda mais os resíduos. Por experiência própria, nós não
temos mais como esperar que o Executivo faça esse trabalho. Nós precisamos
fazer o trabalho aqui na Câmara, através de comissão especial, através de emendas
ao Orçamento e à LDO, para a capacitação dos condutores de carroças e
carrinheiros, para que eles possam trabalhar de forma correta e assim, sem
simplesmente proibir, reduzir as carroças na Cidade com mais reciclagem.
A
Srª Sofia Cavedon: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Beto, lembro que a nossa
principal discordância era a falta de alternativas apontadas e o
condicionamento a elas. E eu acho que V. Exª tem algum conhecimento do Projeto
Ecoparque, inclusive ele apareceu na LDO com a previsão de um percentual muito
pequeno de realização no próximo. Eu entendo que esse tema é complexo e, para
mim, o movimento do Ministério Público devolve ao Executivo a tarefa de
encontrar alternativas. Através do Ecoparque seria gerada energia térmica
através do Biogás e nós poderíamos, inclusive, evitar os aterros.
Eu
quero ouvir a opinião de V. Exª, que é da área, e sou parceira para gente
trabalhar para que isso aconteça. É uma alternativa real e já resolve outros
temas.
O SR. BETO MOESCH: Verª Sofia, eu vou ter que finalizar por
causa do tempo, mas, além do Ecoparque, que V. Exª traz e que eu defendo - e é
fundamental que se inicie o processo de Ecoparques -, também é fundamental a
qualificação dos galpões já existentes, a criação de novos, com um trabalho
envolvendo Câmara de Vereadores, Prefeitura, Sebrae, Senac e assim por diante;
um trabalho que nós já fazíamos em 2003 e que precisa ser retomado. Se a Câmara
de Vereadores não retomar, eu entendo e sinto que o Executivo não vai trabalhar
da maneira que a Câmara de Vereadores trabalha nesse assunto. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Srs. Vereadores, havendo a concordância
dos Vereadores Bernardino Vendruscolo e Beto Moesch, que estão inscritos no período
de Grande Expediente, eu sugiro a inversão da ordem dos trabalhos, ficando o
período do Grande Expediente para depois da discussão da Pauta.
Em
votação Requerimento de inversão da ordem dos trabalhos. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O
Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, público que nos acompanha pela Rádio Web e pela TVCâmara,
nosso abraço e nossa saudação. Agradeço também à minha Bancada, à nossa Líder,
a Verª Maria Celeste, que nos concedeu o tempo. Venho aqui para fazer uma
provocação, no bom sentido. Eu creio que o Rio Grande do Sul está estarrecido
com a pesquisa divulgada pelos grandes meios de comunicação, se não estou
enganado, pelo Ibope, em que 62% dos gaúchos opinaram favoravelmente ao impeachment da Governadora! É muito
expressivo, é praticamente dois terços do Rio Grande do Sul a favor do impeachment. E 74% dos gaúchos, Verª
Fernanda, rejeitam a Governadora. É uma situação drástica, porque é um fato
lamentável! O Rio Grande do Sul está absolutamente paralisado por conta de uma
Governadora que perde a legitimidade, perde a capacidade de liderança, perde a
hegemonia. Nós já vimos esse filme em outras épocas, como, por exemplo, à época
da cassação do Presidente Collor, que chegou, praticamente, a esses níveis e
esses patamares.
Lamentavelmente,
porque quero dizer que fui Coordenador da campanha do companheiro Olívio Dutra,
que concorreu contra a Governadora, que foi vencedora majoritária, mas nós
vimos e sentimos que foi o poder econômico e forças ingovernáveis que fizeram a
maioria eleger a Governadora. Portanto, agora vem à tona toda a
responsabilidade e tudo que estava por trás da constituição dessa maioria que
não foi lícita, não é lícita e não é legítima para o Rio Grande, e o está
levando à paralisia e ao desastre. Um abraço a todos, e muito obrigado pela
atenção.
(Não
revisado pelo orador.)
Trago
ao conhecimento da Casa Oficio do Prefeito em exercício, José Alberto Fortunati
(Lê.): “Cumprimentando-o cordialmente, encaminho a V. Exª o resultado oficial
da Consulta Pública realizada, no dia 23 de agosto do corrente ano, que versa
sobre a inclusão de atividade residencial na área onde se localizava o ‘Antigo
Estaleiro Só’, determinada pela Lei Complementar nº 614, de abril de 2009,
atendendo, assim, às disposições do § 2º do artigo 4º do referido diploma
legal”. Esse é o Ofício do Sr. Prefeito em exercício.
O
Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. LUIZ BRAZ: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; primeiramente, quero cumprimentá-lo porque o
Projeto de autoria de V. Exª, com relação às carroças, votado por esta Casa e
colocado sub judice numa discussão que estava sendo travada no meio judiciário,
acabou tendo ganho de causa. Acredito ser a primeira vez que um Processo
considerado inconstitucional acabe, por recurso, sendo constitucionalizado.
Hoje, então, vai regrar esse meio de transporte no Município de Porto Alegre,
nas nossas ruas, de acordo com o que foi aprovado pelos Srs. Vereadores nesta
Câmara Municipal.
O
Ver. Carlos Todeschini, usando esta tribuna, afirmou que nenhum Governador,
anteriormente, sofreu o processo que hoje está sofrendo a Governadora Yeda
Crusius. Realmente, a pressão feita sobre a Governadora Yeda Crusius nunca
tinha sido feita antes sobre nenhum outro governante. Não sei se por que é
mulher. O Ver. Brasinha diz que é porque é mulher. Eu não acredito que seja
assim; eu prefiro acreditar que sejam forças políticas que se agigantaram, aqui
no Rio Grande do Sul, e que conseguem fazer essas pressões da forma como estão
sendo feitas hoje.
Eu
lembro que na época do Governador Collares essas mesmas forças que se
organizaram agora e que fazem pressão sobre a Governadora Yeda Crusius também
fizeram uma grande CPI contra o Collares - o Ver. Pedro Ruas, meu amigo, se
lembra muito bem, porque naquela época, integrava as hostes do PDT. Eu me
lembro que o Governador Collares, uma pessoa que a gente admira muito, e é meu
amigo particular, sofreu na carne com as pressões que foram exercidas naquela
época. É claro que as forças que hoje fazem pressão sobre a Governadora Yeda
Crusius não estavam tão bem constituídas para fazer com que também o Governador
Collares, naquela época, sofresse processo de impeachment, mas, com toda
a certeza, a pressão sobre o Governador Collares também foi muito grande.
Quando
essas forças estiveram no Poder, na época do Governador Olívio Dutra, lembro
que tivemos aqui o episódio do Clube da Cidadania, que foi vergonhoso, foi
vexaminoso, porque, afinal de contas, eram pessoas que surrupiavam dinheiro e
colocavam dentro do Partido. E não me lembro de ninguém que tenha falado sobre impeachment,
muito embora aquele processo do Clube da Cidadania ficasse todo ele comprovado.
Eu só sei que a pessoa que comandava o Clube da Cidadania foi para Portugal
depois, para comandar uma multinacional da área do transporte coletivo. Não sei
se alguém está lembrado também, mas eu lembro muito bem, porque acompanho muito
bem todos esses casos.
(Aparte
antirregimental da Verª Sofia Cavedon.)
O
SR. LUIZ BRAZ: A Verª
Sofia não está lembrada, mas eu estou. É, faz bastante tempo.
Lembro
que, por exemplo, no processo do “mensalão”, vários companheiros do Ver. Carlos
Todeschini estavam envolvidos, inclusive vindo dinheiro para o Rio Grande do
Sul, comprovado isso, mais de um milhão de reais que foi recebido por
companheiros do Ver. Todeschini. Eu não vi o Ver. Todeschini vir aqui à tribuna
para dizer que era uma vergonha e seus companheiros mereciam punição. Ficou
tudo assim mesmo. E ainda, depois, quando esses companheiros do Ver. Todeschini
foram julgados por receberem dinheiro ilegal do “mensalão” aqui, sabem como
eles foram condenados? Até agora eu não me conformo: uma Juíza, dando a
sentença, Ver. Pedro Ruas, mandou que eles pagassem três cestas básicas, e eles
tinham recebido mais de um milhão de reais!
Eu
gostaria que verificassem esses processos, porque, se alguém vem aqui à tribuna
e atira pedra, tem que estar realmente com o telhado bem composto, bem
compactado, porque senão alguém vai jogar pedra também no seu telhado. Eu me
lembro de tudo isso e acho que temos que fazer com que os políticos tenham
plena consciência de que têm que fazer o melhor para toda a sociedade, porque,
afinal de contas, somos representantes da sociedade. Se houver erro cometido
que lesou a sociedade por parte da Governadora, de quem quer que seja, sou
partidário e não vou jamais defender aqui que não haja punição - quero,
realmente, que haja punição. Agora, por favor, não venham aqui fazer pregação
como se, de repente, o rabo fosse muito curto, porque, afinal de contas, tenho visto pessoas aqui com um rabo muito
longo. Então, por favor, estou falando a respeito desses episódios todos,
poderia narrar muito mais, mas o tempo não me permite.
Se
porventura houver culpa da Governadora ou de quem quer que seja, quero que
realmente haja punição, porque somos representantes públicos e temos que ter a
decência de bem representar a sociedade que queremos e por isso fomos buscar o
voto.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI (Requerimento): Sr. Presidente, solicito um minuto de silêncio pelo
falecimento de Jaime Rosa, ex-Conselheiro Tutelar da Microrregião 4, que
faleceu ontem à noite e será enterrado às 17 horas no Cemitério Jardim da
Paz.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Deferimos o
pedido, Vereador, porque esse cidadão muito contribuiu para a nossa Cidade.
(Faz-se um minuto de silêncio.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Alceu Brasinha
está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente,
Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
eu, Ver. Todeschini, não estou nem um pouquinho preocupado com pesquisa, o que
tenho que me preocupar é com Porto Alegre, tenho que me preocupar com os
bairros, com as ruas, com a Av. Assis Brasil, a Av. Bento Gonçalves, a Av.
Ipiranga, onde existe aquele comércio pequeno que tanto sofre. Ver. Todeschini,
eu não cuido do rabo dos outros, eu cuido do meu. É melhor olharmos para o
nosso rabo, para depois olharmos para o rabo dos outros. Ver. Todeschini, V.
Exª é um Vereador extraordinário, eu gosto muito de V. Exª, V. Exª sabe, eu acho que V. Exª não
deveria ser Vereador, deveria ser Deputado para ajudar a combater o problema
dos Deputados, que é com eles, não é conosco, Vereadores. E mais ainda, eu acho
que, enquanto não se provar o contrário, tem que deixar andar o processo. Eu
não tenho uma procuração para defender o PMDB, mas eu tenho certeza absoluta da
inocência do PMDB e reconheço o trabalho que o PMDB faz juntamente aos
Vereadores e aos Deputados. E, com certeza, todo Partido tem um cidadão
mau-caráter; todo trabalho tem, toda empresa tem, qualquer profissão tem, então
não podemos julgar antes do processo acontecer, Vereador.
Eu
estou preocupado mesmo com o pequeno comércio, aquele pequeno lojista que passa
trabalho quando vêm esses “grandões” se instalarem – com relação a esses, sim,
eu sou contra. Eu estou preocupado lá com a Vila do IAPI, lá com o bairro Passo
D’Areia, bairro Lindóia, bairro Rubem Berta, que tanto passam trabalho, porque
o pequeno comércio é aquele que dá emprego para o cidadão; aquele que dá dois
ou três empregos. Com esse, sim, eu estou preocupado, porque esse está passando
por uma situação difícil, porque hoje em dia é quase impossível de se manter
uma pequena empresa; se fosse fácil, todos teriam empresa. De todas as empresas
que abrem por ano, é quase impossível que durem dois anos. E se durarem, é
porque a pessoa é teimosa, de teimosa que continua trabalhando, e trabalhando
no vermelho. Enquanto isso, os bancos cobram taxa de tudo, esses bancos que vêm
lá de fora... o único banco que eu defendo – e não tenho procuração também para
defender – é o Banrisul, porque o Banrisul é nosso, é daqui. O Banrisul tudo
que ajuda, é nosso, mas esses bancos grandes, que algumas pessoas vêm defender,
eu não defendo, em hipótese alguma. Ver. Mauro Pinheiro, V. Exª sabe, V. Exª
tem um pequeno comércio, sabe a dificuldade que passa para mantê-lo. Eu costumo
dizer que eu mato dois leões por dia e deixo dois olhando para mim para o outro
dia. É assim, eu tenho experiência, Ver. Oliboni, e a dificuldade que passa
então, eu estou preocupado mesmo é com o pequeno comércio, aquele cidadão que
dá um, dois ou três empregos, Ver. Pancinha, esse, sim, esse eu defendo. Mas
defender esses “grandões”, como o Carrefour, que compram tudo, que estão
comprando todos os postos de gasolina, para todos os lados, esses eu não vou
defender nunca; sou contrário a eles, eu queria ver esses caras saírem aqui do
Brasil logo, o quanto antes possível. Por quê? Porque essa concorrência que
eles fazem é desleal, Ver. Adeli. E V. Exª sabe disso, é desleal. Qualquer
bodega da esquina, qualquer bar, qualquer armazém vende muito mais barato do
que eles. Eles fazem uma promoção grande num produto e no resto cobram muito
mais.
Então,
volto a dizer que não estou preocupado com essa pesquisa, porque não faço parte
de pesquisa e daquilo que está acontecendo no Governo do Estado. Estou preocupado,
sim, com a minha Cidade, que é Porto Alegre, com o meu bairro, com as ruas, e
vou deixar correr o processo para ver o que vai acontecer. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras; em primeiro lugar, quero usar uma palavra que um Vereador gostava
muito de usar, o Ofício de S. Exa., o Sr. Prefeito em exercício, comunicando o
resultado da Consulta Popular, eu diria que é despiciendo. Não era necessário,
um mês e meio depois da Consulta Popular, comunicar o resultado à Câmara de
Vereadores. Até me parece uma colocação idêntica à da Assembleia Legislativa.
Comissão Parlamentar de Inquérito investiga denúncias, investiga problemas de
execução orçamentária, enfim, corrupção, tudo isso a CPI faz. Quando a CPI
conclui o seu relatório, o que faz? Encaminha para o Ministério Público, porque
a Assembleia Legislativa, ou a Câmara de Vereadores, ou Congresso Nacional não
podem aplicar penas. Então, a decisão é do Ministério Público e do Judiciário.
Agora,
temos na Assembleia Legislativa uma coisa extraordinária: o Judiciário está
mandando provas, que foram analisadas pela Polícia Federal, por profissionais
competentes, está mandando algumas coisas, e a Assembleia Legislativa está-se
distraindo, se promovendo, se é que isso é promoção, lendo, transcrevendo
áudios e colocando áudios e vídeos no ar. Coisas que todos nós conhecemos, e
que não há nada de novo, mas há uma disputa muito grande entre situação e
oposição, porque, na realidade, eu entendo que aquilo não é Comissão
Parlamentar de Inquérito, é uma Comissão “para lamentar” de Inquérito, porque
não está investigando denúncia nenhuma. Essas provas que são trazidas do
Judiciário - esses dados não são provas, são dados, não são provas que vêm do
Judiciário - são examinados por Deputados que não entendem nada do assunto, e
eu assisti a pedaços de Sessões da Comissão Parlamentar de Inquérito, em que
diziam: “Ah! Porque eu acho que não sei...” Não acha coisa nenhuma! Se a
Polícia Federal, se o Ministério Público, se o Judiciário não concluíram, não
vai ser a Comissão “para lamentar” de Inquérito da Assembleia que vai fazer
conclusão. É a mesma coisa com o impeachment. O Presidente aceitou, era
um direito dele aceitar, mas não havia uma prova formal, havia as provas que
estavam na imprensa, daquilo que se dizia na imprensa - não eram provas. A
imprensa, no seu papel correto, sem dúvida nenhuma, transmite aquilo que é
informado por Deputados, Senadores, Vereadores. A imprensa publica.
Então,
aconteceram muitas denúncias, e essas denúncias são complicadas. Diariamente,
há algo contra a Governadora, mas até agora não provaram nada no Judiciário. A
Assembleia vai conseguir mais que a Polícia Federal e o Judiciário? Eu acho que
não, eu tenho certeza de que não. Eu acho que perderam muito tempo, o Rio
Grande do Sul precisa de muitas coisas, e a Assembleia não está trabalhando
nesse sentido, está fazendo uma Comissão “para lamentar” de Inquérito, e uma
comissão para julgar o impeachment da Governadora. É um direito deles,
mas, pelo amor de Deus, eles são nossos representantes, que nos representem
condignamente, não fazendo uma Comissão Parlamentar de Inquérito porque não
estão investigando nada, estão investigando dados do Judiciário. É como disse o
Rogério Mendelski, “é a CPI do prato pronto”. Não estão fazendo nada, apenas
perdendo tempo, apenas palco para uma eleição do ano que vem, apenas denúncias
vazias, porque não levam a nada. Vão levar ao Ministério Público aquilo que já
estava lá no Ministério Público? Não. Eu acho que tinham mais o que fazer os
Deputados Estaduais do que realizar uma Comissão “para lamentar” de Inquérito,
e os gaúchos olham tudo isso com muita atenção. Saúde e PAZ.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A
Verª Maria Celeste está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela
oposição.
A
SRA. MARIA CELESTE: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, de fato
creio que a fala do Ver. Luiz Braz traz uma reflexão para todos nós no sentido
de procurarmos esclarecer e ir a fundo no que se refere a todas as questões
levantadas aqui no Estado do Rio Grande do Sul, e também, Ver. Luiz Braz, no
episódio do “mensalão”, quando foi criada uma CPI no Congresso Nacional que foi
a fundo, que verificou, inclusive, o envolvimento do PSDB em nível nacional,
através do Senador Eduardo Azeredo, na época, que foi o grande promotor daquele
esquema do “valerioduto” no Congresso Nacional. Então, vamos esclarecer os
fatos aqui apontados e colocados, e é isso que a CPI, Ver. Brasinha, na
Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, está procurando fazer;
ela está investigando e está no seu papel. Para que serve uma CPI, Ver. João
Antonio Dib? O senhor que entende e que é professor de todos nós nesta Casa,
que é mestre, nesta Casa, do Regimento, da Lei Orgânica do Município, para que
serve uma CPI, senão para investigar, para buscar construir provas? Aliás, se a
Assembleia Legislativa entendesse o verdadeiro papel de uma CPI, essa já teria
sido instalada e não haveria a necessidade de esperar que o Ministério Público
fizesse o papel que é do Parlamento em relação à CPI, à investigação. Isso é
muito importante colocarmos neste momento,
e nós queremos, sim, levar em conta a opinião do povo da cidade de Porto
Alegre, Ver. Brasinha, quando ontem, à tarde, num ato-show, a
juventude da Cidade foi para a frente da nossa orla, ali próximo ao Shopping
Praia de Belas, e fez um ato pelo impeachment. E a juventude da Cidade
para nós está apontado não apenas o resultado da pesquisa que o Ver. Todeschini
coloca aqui, tão importante e divulgado em um jornal de circulação, no sentido
de que 70% da população rejeita o Governo Yeda; 62% da população pede o impeachment
da Governadora do Estado do Rio Grande do Sul, e nós, aqui na Câmara Municipal
de Porto Alegre, Ver. Brasinha, não temos nada a ver com isso? Temos! Temos,
somos Vereadores da cidade de Porto Alegre, temos responsabilidade com o povo
da Cidade, que clama também para que sejam apuradas todas as questões em
relação ao Governo do nosso Estado.
A
cidade de Porto Alegre não é uma ilha, ela faz parte do Estado do Rio Grande do
Sul, que está sendo governado por uma pessoa que está sendo, sim – e deveria
ser muito mais -, investigada.
Agora,
o que faz a base do Governo na Assembleia Legislativa? É a famosa “tropa de
choque”. Na própria construção da Comissão instalada para verificar o impeachment,
pelo Presidente Ivar Pavan, foi construída uma comissão “chapa branca”. A
Relatoria e a Presidência da situação, do PSDB, querem investigar alguma coisa?
Não; querem, sim, ter uma situação de “chapa branca”, que leva ao resultado que
todos nós já sabemos.
Porto
Alegre tem responsabilidade, sim, sobre essas questões do Estado do Rio Grande
do Sul. Nós não podemos nos omitir, não podemos deixar de emitir não apenas a
nossa opinião, mas também incidir sobre isto que está acontecendo no nosso
Estado. Nós queremos que a CPI, na Assembleia, coordenada pela Deputada Stela
Farias, vá, sim, às vias de fato; vá, sim, ao fundo da questão, investigue,
busque as provas necessárias para construir o impeachment da
Governadora, tão importante para que se possa estar colocando para toda a
população onde está o dinheiro – isso já foi, inclusive, apontado, investigado
na CPI do Detran -, que até agora não apareceu. Onde estão os 44 milhões que
roubaram do povo brasileiro, do cidadão de Porto Alegre? É disso que se trata
quando se fala na possibilidade de uma CPI, de uma investigação.
Nós
queremos, a população quer saber, mais do que isso, a população quer que seja
devolvido aos cofres públicos aquilo que foi desviado do que é público. Mais do
que isso, a população quer a responsabilização dos entes envolvidos em todas as
denúncias.
Poderíamos
aqui elencar várias pessoas, Deputados, cabos eleitorais, Secretários de vários
Municípios que estão sendo investigados, sim, e que devem ser responsabilizados
pelo que fizeram ao Estado do Rio Grande do Sul. É disso que se fala quando
Porto Alegre não pode se omitir. Nós queremos a responsabilização de todos os
fatos e, mais do que nunca, nós queremos a devolução daquilo que foi desviado
dos cofres públicos, porque todos nós fomos lesados. Desde o Município de
Cacimbinhas até o Município de Porto Alegre, nós queremos, sim, a
responsabilização da Governadora do Estado. Obrigada. (Palmas.)
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. João Pancinha está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. JOÃO PANCINHA: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; nobres Vereadores, Vereadoras; público das
galerias, da TVCâmara e da Rádio Web, eu venho falar em nome do PMDB, ungido
que fui pelo nobre Ver. Todeschini. Embora eu não seja daqueles adeptos de
trazer assuntos do Estado e do Brasil para esta tribuna, isso não quer dizer
que, se a gente não discute, aqui, não se está interessado e preocupado com o
que está acontecendo no Estado e no Brasil. Nós temos problemas no Estado como
temos problemas no Brasil e em outros Estados da Federação. Agora, colocar nas
costas do PMDB a questão do impeachment da Governadora, enquanto está-se
desenvolvendo uma CPI que é presidida pela oposição, parece-me uma demasia.
Porque, inclusive na hora de indicar nomes para fazer a composição a essa
Comissão de impeachment, o PMDB abriu mão de indicação de um Deputado.
Eu tenho bem claro, e o Ver. Todeschini falou duas vezes no PMDB, num aparte e
também na Comunicação de Líder do PT, que, por trás dessa fala, está já a
campanha do ano que vem. Não tenho dúvida com relação a isso. Isso fica claro,
porque o único candidato que nós temos - e saíram pesquisas, agora, no final de
semana -, efetivamente, ao Governo do Estado no ano que vem, é o Ministro da
Justiça, o Ministro Tarso Genro, que está, sim, usando o Governo Federal para
fazer o seu início de campanha. E eu quero dizer que, sendo o único candidato,
ele chegou no patamar dos trinta e poucos por cento. O PMDB certamente terá,
Ver. Todeschini, candidato ao Governo do Estado, que não se sabe se será o
nosso Prefeito José Fogaça ou se será, Ver. Sebastião Melo, o nosso
ex-Governador Germano Rigotto...
(Apartes
paralelos, inaudíveis.)
O
SR. JOÃO PANCINHA: O
lugar do Ver. Sebastião Melo está guardado. Mesmo assim, e V. Exª deve ter visto,
um bom patamar já foi atingido por esses dois nomes. Então, por traz, e eu
quero deixar bem claro desta tribuna, da fala do Ver. Todeschini está a
preocupação, sim, com a eleição do ano que vem. Não é a CPI da Governadora; não
é o impeachment da Governadora, até porque esta Comissão que está
tratando do impeachment da Governadora está passando por cima de uma CPI
que está em andamento, que é a Parlamentar de Inquérito, como bem disse a nobre
Verª Maria Celeste, que é para investigar. Após a investigação, à qual sou
favorável, e o PMDB é favorável que se apurem todos os fatos, e quem tiver que
pagar vai pagar, mas essa Comissão que foi instalada para o impeachment
está se sobrepondo à CPI, e é presidida por uma Deputada da oposição.
Então,
quero deixar bem clara aqui a posição do PMDB. Entendo a manifestação de V. Exª
em relação ao PMDB, mas não concordo, porque o PMDB não é o “fiel da balança”
na questão da CPI e muito menos na Comissão de impeachment, mas entendo
a sua preocupação. Realmente, as pesquisas apontaram, neste final de semana,
para o fato de que o sinal de alerta deve ser ligado, porque o único candidato
que nós temos, efetivamente lançado, é o Ministro Tarso Genro, que inclusive
estuda um licenciamento para o final do ano para entrar em campanha.
Então,
quero dizer que isso não me preocupa, e quero dizer também que será, daqui para
frente, esperado este tipo de debate, e não haverá problema, estaremos aqui
para debater no mais alto nível, mas sempre contrapondo quando achamos que
temos razão.
Quero
deixar claro aos nobres Vereadores e também ao público que nos assiste que isso
será rotineiro daqui para frente, alguém falando do PMDB, porque justamente é o
Partido que democraticamente está dando uma aula de construção e de
solidificação de democracia, quando, neste último domingo, realizou as suas
convenções municipais em todo o Brasil. Teremos candidato, sim, e o nosso
candidato, mesmo não tendo sido divulgado, os dois pré-candidatos estão na
colada de um que já está em campanha há muito tempo. Muito obrigado pela
atenção.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pelo
Governo.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, a Verª
Maria Celeste falou - e eu não vou defender a Governadora, porque eu acho que
ela não precisa ser defendida, o tempo dirá melhor do que qualquer um de nós o
que realmente a Governadora representou para o progresso do Rio Grande - que a
Comissão Parlamentar de Inquérito investiga. E eu pergunto: investiga o quê?
Quais os dados que estão sendo investigados? É como eu disse: investiga,
conclui, manda o Relatório para o Ministério Público e esse manda para o
Judiciário que indicia as pessoas ou não.
O
que estão fazendo agora é o contrário: do Judiciário vêm depoimentos de pessoas
que se relacionam com o problema e aí são analisados pelos doutos parlamentares
do Estado do Rio Grande do Sul. Ora, se os profissionais da Polícia Federal,
Ministério Público e Judiciário não chegaram a conclusões ainda, será que com
segmentos daquilo que é encaminhado de áudios e vídeos para a Comissão
Parlamentar de Inquérito vai acrescer algo? A Comissão Parlamentar de Inquérito
deveria trazer dados que o Ministério Público não tenha, que o Judiciário não
tenha. Mas o que é que estão fazendo? Não estão fazendo nada, estão mostrando
para a população áudios e vídeos. Áudios sendo transcritos e lidos pelos
Deputados; vídeos mostrados. Mas são segmentos, não são inteiros. Os documentos
não têm integralidade, e a Comissão está fazendo um palanque eleitoral para o
ano que vem. A Comissão Parlamentar de Inquérito, comandada pela Deputada
Stella Farias, é só a gente olhando, só assistindo uma sessão para ver a barbaridade
que representa aquilo. Eles conjecturam em torno de vídeos, em torno de áudios,
mas não são profissionais, não são homens nem mulheres afeitos à atividade
policial, à atividade judiciária; eles poderiam, sim, investigar, mas
investigar o quê? O que já está investigado? Investigar o que já vem do
Ministério Público? Não, eles deveriam levar fatos novos para o Ministério
Público, mas eles não estão fazendo isso, eles estão apenas lendo álbuns e
mostrando vídeos, inclusive deixando as vozes dos interlocutores ao vivo. Isso
não traz nada, isso não é Comissão de Inquérito, isso não é Comissão que
analisa provas e fatos que vêm ocorrendo ou que ocorreram. Depois que o
Ministério Público se reuniu, e cinco ou seis Procuradores do Ministério
fizeram as declarações que fizeram, agora se faz uma Comissão Parlamentar de
Inquérito e vão buscar com a juíza Barbizan, em Santa Maria, parte de
documentos, porque alguns não podem ser mostrados, alguns não podem ser
analisados, e assim se faz também com a Comissão indicada para fazer o impeachment
da Governadora.
A
Verª Maria Celeste diz que a Comissão é “chapa branca”. Realmente, a maioria
colocou o Presidente e o Relator; aqui no Plenário temos minoria com o Partido
dos Trabalhadores, mas fazem uma guerra intensa, e temos dificuldades de votar
projetos. Agora mesmo vamos votar a LDO com todas as emendas destacadas pela
oposição ao Prefeito José Fogaça. Portanto, não há por que temer a Comissão
Parlamentar de Inquérito nem a Comissão que está estudando o impeachment
da Governadora; nós vamos chegar a soluções corretas um dia, e aí, talvez,
muitos se arrependam do que disseram, do que proclamaram. Eu não julgo ninguém
porque não tenho provas, não sou juiz e não quero ser julgado indevidamente.
Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Ervino Besson está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ERVINO BESSON: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; colegas Vereadores e colegas Vereadoras,
senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias, na rádio Web e na
TVCâmara, eu queria saudar todos.
Quero
agradecer à minha colega Juliana Brizola que me cedeu o seu tempo para que eu
falasse hoje no espaço de Comunicação de Líder do meu Partido, o PDT. O assunto que hoje vou abordar nesta tribuna
é algo que nos entristece, caros colegas Vereadores. E digo por que digo isso?
Porque vou mostrar algo a V. Exas., e peço também a atenção da TVCâmara para
que a população tome consciência. Com as últimas chuvas que caíram em Porto
Alegre... Eu não sei se a TVCâmara tem condições de mostrar. (Mostra
fotografias.) Aqui estão algumas fotos. Olhem o lixo do nosso Guaíba, o Guaíba
que tanto defendemos, a nossa água que bebemos no dia a dia.
O
Ver. Nilo está perguntando: “Será que também foi o Fogaça que jogou o lixo no
Guaíba?”. A culpa de tudo o que
acontece agora é do Fogaça, lamentavelmente.
Vejam
esta foto. Será que a população não tem consciência, meu querido Pujol, V. Exª
que esses dias completou 70 anos e que, como político e como cidadão, sempre
defendeu esta Cidade com tanto carinho e com tanto amor?
Há
mais fotos ainda, aqui. Esta aqui é da Av. Vicente Monteggia, próxima à empresa
Eixo Sul. Todos os dias, Ver. João Antonio Dib, o DMLU vai lá e recolhe o lixo,
e à noite o pessoal vai lá e coloca lixo. A região está enfrentando um sério
problema, pois há uma inspetoria da Nestlé, que é exigente e está criando um
problema: não querem mais que a empresa continue lá por causa do lixo próximo a
ela. Está aqui a empresa (Mostra fotografia.) que dá empregos, traz recursos,
divisas para o nosso Município. E o lixo que o pessoal coloca à noite.
E
mais, vamos além, a TVCâmara está mostrando este lixo (Mostra fotografia.). Eu
moro nas proximidades, está aqui a Rua Cônego Vieira de Soledade, que é a rua
do Zaffari da Cavalhada, perto do mercado, que dá emprego, que dá exemplo para
a nossa cidade de Porto Alegre, uma empresa totalmente gaúcha - 100% gaúcha,
Brasinha, concordo com Vossa Excelência. Olhem o lixo! Todas os dias o DMLU
limpa, e o pessoal coloca mais lixo à noite. E, caros colegas Vereadores, não
são transeuntes, pessoas que vão lá: são caminhonetes, são carroças, Ver. Ver.
Mauro Pinheiro! Será que o pessoal não tem consciência? Praticamente todos os
dias o DMLU recolhe e, à noite, as pessoas voltam a colocar tudo o que é tipo
de lixo próximo a uma empresa que dá serviço e traz divisas para a nossa Porto
Alegre.
Vou
mostrar de novo para a TVCâmara. (Mostra fotografias.) Colega, mostre de novo
esta foto que saiu no Jornal do Comércio. Nesta foto, Dr. Raul, meus caros
colegas Vereadores, olhem o que tem de lixo no Guaíba! Olhem o lixo que tem no
Guaíba! Pelo amor de Deus! Ver. Beto Moesch - V. Exª é um grande ecologista -,
isso tem cabimento? Como nós vamos perdoar as pessoas que cometem esse crime
com o nosso Guaíba, com a água que nós bebemos, com o Guaíba com o qual tanto
nós queremos conviver? É este o Guaíba que nós queremos? Está aqui o lixo, Ver.
Todeschini, o jornal mostrando essa foto do lixo.
Nós
temos que dar educação para esse povo respeitar a nossa Cidade, respeitar a
nossa saúde, respeitar as pessoas que tanto trabalham para nós termos uma
qualidade de vida um pouco melhor.
Infelizmente,
eu não gostaria, mas algumas vezes temos que fazer este tipo de pronunciamento.
Muito obrigado, Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Havendo
quórum, passamos à
DISCUSSÃO GERAL
E VOTAÇÃO
(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com
aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC. Nº 3655/09 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO
Nº 025/09, que
dispõe sobre as Diretrizes Orçamentárias para 2010. Com Emendas nos 01 a 10 e 12 a 87.
Pareceres:
-
da CEFOR. Relator Ver. Elias Vidal:
a) pela aprovação do Projeto de Lei do Executivo nº
025/09;
b) pela aprovação das Emendas nos: 38;
58; 74; 75 a 87, de Relator;
c) pela rejeição das Emendas nos: 01 a
37; 39 a 57; 59 a 73.
Observações:
- para aprovação,
maioria simples de votos, presente a maioria absoluta dos Vereadores – Art. 53,
“caput”, c/c Art. 82, “caput”, da LOM.
- o Projeto será votado
com as Emendas com Parecer pela aprovação, nos termos do Art. 120, VI, do Regimento da CMPA;
- para a votação em
separado de Emenda com Parecer pela aprovação ou rejeição, será necessário
requerimento subscrito por um terço dos membros da Casa – Art. 120, VI, do Regimento da CMPA;
- após a aprovação de
Parecer na CEFOR e durante a Ordem do Dia não serão admitidas Emendas (Art.
120, § 1º, do Regimento);
- retirada de tramitação
a Emenda nº 11.
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo):Em discussão o PLE nº 025/09. (Pausa.) O Ver.
Adeli Sell está com a palavra para discutir o PLE nº 025/09.
O
SR. ADELI SELL: Sr.
Presidente, colegas Vereadores e Vereadoras, ao longo dos anos de Vereança
aqui, eu disse várias vezes - e faço
questão de lembrar - que não era do meu feitio fazer Emendas no Plano
Plurianual - PPA, na Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO, e na Lei
Orçamentária - LOAS. Com o passar dos anos, fiz uma ou outra Emenda dialogando
com o Governo, mostrando a necessidade de fazer correções de rumo. Mas, no ano
passado e neste ano, de um modo especial, fui levado à obrigação, como fiscal
da coisa pública, como fiscal do Executivo, a fazer Emendas ao Plurianual,
especialmente, agora, à LDO. Eu já dizia que o Plurianual mais parecia uma
plataforma windows, cheia de janelas, havia espaço para tudo, fugas para
qualquer assunto, mas também possibilidade de entrar até urubu pela janela, tal
era o número de janelas do PPA. Não há erro: qualquer revoada de urubus
entraria nesse Plurianual. E é verdade, porque já vi que, como decorrência do
Plurianual, nós recebemos a LDO. Não bastassem os urubus entrando pela janela,
agora nos apresentaram queijo suíço - cheio de buracos. Buracos de um tamanho
que qualquer ratazana que corre pelos esgotos da Cidade, não só pelos esgotos,
mas também no Centro Histórico da Cidade, poderia entrar nessa LDO. É verdade.
A minha linguagem não é chula, ela é real, ela é verdadeira porque nós estamos
vendo que esse Plurianual, e agora a LDO, é uma maneira escandalosa de como o
Governo Municipal, o seu Executivo, trata esta Câmara de Vereadores. Não
bastasse isso, o Ver. Elias Vidal se submete de uma forma vergonhosa,
escandalosa, e faz um Relatório que simplesmente nega tudo, nega a realidade. O
Ver. Elias Vidal deveria ter tido a grandeza de, pelo menos, avisar as pessoas
de que ele tomou uma decisão: soldado do Governo, não importa para que
trincheira é jogado, faz o jogo, pega a metralhadora e fuzila todo mundo. Pelo
menos deveria ter tido essa dignidade. Porque nós sempre fomos muito
companheiros, sempre fomos muito solidários, e o Vereador não pode negar isso,
pois muitas vezes fui seu parceiro na Comissão de Economia, Finanças e
Orçamento. O senhor se prestou, neste ano de 2009, Ver. Elias Vidal, a um
vergonhoso papel. Nem se deu ao trabalho de passar um e-mail para os
Vereadores dizendo o seguinte: “Eu sou da base do Governo, o Governo nos
orientou para que negássemos as Emendas, sejam de quem forem, mas
principalmente ‘desses metidinhos da oposição’”, a começar pelo Ver. Adeli
Sell, primeiro da lista, que tem todas as suas emendas rejeitadas. As minhas
emendas eram emendas para ajudar este Governo, mas este Governo é
impressionante: não se deixa ajudar, não quer que a gente ajude!
Eu
fico pensando nos meus colegas da base do Governo, alguns calejados Vereadores,
com muito mais tempo de Parlamento do que eu, que fizeram duras críticas ao PT,
o meu Partido, em outros momentos! Eu acho que nós, em alguns momentos, devemos
ter errado, porque, em 16 anos, é impossível fazer tudo certo; mas,
convenhamos, os nossos Secretários, o pessoal do Gaplan, o André vinha aqui,
humildemente, negociar emendas da oposição de então - e muitos da oposição de
então hoje são situação. Eu não gostaria de ver esse filme de novo. Eu peço
desculpas aos meus amigos da base do Governo pela franqueza, especialmente ao
Vidal, que fez esse triste e lastimável papel de negar a realidade da cidade de
Porto Alegre. Eu estou decepcionado, porque nem ajuda o Governo quer. Imaginem
o que será da nossa Cidade com ainda três anos de Governo. Muito obrigado.
(Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Convido o Ver. Adeli Sell para assumir a
presidência dos trabalhos. Eu e o Ver. Ervino vamos receber alguns
representantes das cooperativas e em seguida eu voltarei ao Plenário.
A
Verª Fernanda Melchionna está com a palavra para discutir o PLE nº 025/09.
(O
Ver. Adeli Sell assume a presidência dos trabalhos.)
A
SRA. FERNANDA MELCHIONNA:
Colegas Vereadores e Vereadoras desta Casa, eu acho que nós estamos perdendo
tempo, eu acho que há um mês esta Casa parou para discutir o Plano Plurianual,
o Ver. Airto Ferronato se debruçou sobre um relatório sério das emendas de
todos os Parlamentares, que foi discutido por nós aqui na tribuna, a população
fez as suas emendas populares para discutir os gastos do Governo nos próximos
quatro anos e isso tudo foi jogado no lixo, de uma maneira autoritária, de uma
maneira a negar o papel do Legislativo da Cidade. Vários Vereadores falaram
disso aqui, bem lembro da fala do Ver. João Antonio Dib e do Ver. Luiz Braz,
que o Plano Plurianual não deveria contar os recursos, e nem a Lei de
Diretrizes Orçamentárias; deveriam ser diretrizes gerais, e o recurso deveria
ser discutido no momento de debate do Orçamento. O Executivo fez uma opção, a
de colocar recurso por recurso nas diretrizes e nos planos que se propuseram;
que nós, inclusive, achamos que muitos são de fachada, porque há muitos
recursos para publicidade, para a Expo Shanghai, para a dívida interna, que
foram questionados politicamente, na questão do Orçamento da Cidade.
Entretanto, o Governo fez uma opção, e os Vereadores desta Casa cumpriram o
papel de legisladores analisando os planos e fazendo emendas, dizendo: “Isso é
bobagem, tem que ir mais dinheiro para a Saúde porque falta leito no HPS; está
com recurso demais para propaganda nos meios de comunicação; precisamos de
recursos para o saneamento básico”. Isso foi feito, exaustivamente, pelos
Vereadores desta Casa. Votamos o Plano Plurianual, não como nós gostaríamos de
todo, faltaram emendas priorizando o Pronto Socorro de Porto Alegre; faltaram
recursos para combater o crack na
nossa Cidade; faltaram recursos para a reforma urbana. Foi aprovado o Plano, e
simplesmente, com todo respeito, o Ver. Elias Vidal rasgou as Emendas que foram
aprovadas. Mas foram aprovadas por esta Casa! Várias Emendas, eu estou aqui com
elas. A Emenda popular do SASE na Santa Rosa foi votada anteriormente, e agora,
na Lei de Diretrizes Orçamentárias, não aparece. Então, nos enganaram, Ver.
Adeli Sell! Porque se nós fomos enganados, que digam na tribuna. Porque se
votamos uma coisa, e agora, na Lei de Diretrizes Orçamentárias, que tem que
aparecer o que foi votado com a destinação financeira não aparece... Estamos
todos sendo enganados: as associações de moradores que recolheram assinaturas,
os Vereadores, inclusive os da base do Governo, que fizeram Emendas e que agora
querem vê-las contempladas na Lei de Diretrizes Orçamentárias, e não estão contempladas,
Ver. Reginaldo Pujol. Nós votamos uma emenda que demoramos dois dias para conseguir aprovar, a emenda
dos colegas da Terreira da Tribo: trezentos mil reais, nos quatro anos, para
construção de um teatro popular, para que haja a possibilidade de oficinas
populares na Cidade. Foi rejeitada! Foi rejeitada, mesmo com todos os Partidos
tendo feito um acordo e assinando um documento se comprometendo; na LDO, foi
rejeitada! Foi rejeitada a emenda de dezenas de associações da cidade de Porto
Alegre.
Nós temos
um instrumento que são as emendas populares. O Vereador não aceitou nenhuma!
Nenhuma! Não aceitou as emendas que já teriam sido aprovadas no Plano
Plurianual, não aceitou as emendas das associações de bairros, não aceitou as
emendas dos Vereadores de oposição, não aceitou as emendas dos Vereadores de
situação! Então, o que nós estamos fazendo aqui, se os legisladores não podem
cumprir o seu papel de legislar, que é interferir sobre o planejamento dos
recursos da cidade de Porto Alegre? Quem perde com o desrespeito aos Vereadores
e à população não somos nós, é a Cidade, pois são recursos da Saúde, da
Educação, do saneamento e de tudo que discutimos no Plano Plurianual, que,
infelizmente, foi desrespeitado, rasgado. E, se nós fomos enganados, que se diga
desta tribuna, para que a população saiba que houve votações que foram de
mentirinha, porque não estão contempladas na LDO. Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o
PLE nº 025/09.
O SR.
REGINALDO PUJOL:
Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, repetirei,
discutindo esta matéria, afirmações que fiz quando do debate preliminar da LDO.
Quando eu vejo a indignação da Verª Fernanda Melchionna a respeito do não
acolhimento das sua emendas, fico a imaginar como o povo reage quando vê
emendas aprovadas, Vereadora, e, depois, não executadas.
Nós
temos um grave problema, Ver. Beto Moesch, na sistemática legislativa
brasileira, porque os nossos orçamentos acabam se transformando numa peça de
ficção científica. A gente escreve uma série de coisas boas, debate-se,
discute-se a melhor maneira de se fazer ou de deixar de ser feito, a coisa vai
para o Orçamento e, depois, não é cumprida. Para o Orçamento, há uma cruzada em
que me encontro envolvido, meu caro Presidente da Comissão de Finanças e
Orçamento, meu querido amigo e companheiro de Bancada, Ver. Airto Ferronato,
uma cruzada que nasceu em Brasília e que, infelizmente, não prosperou, mas que
tem que prosperar - o Orçamento tem que ser impositivo, o Orçamento não pode
ser uma coisa que fique ao talante do Governo realizar ou deixar de realizar. O
que ocorre, por exemplo, com o Orçamento da União, que é o maior orçamento de
todos? Trinta por cento, no mínimo, sofrem uma depuração – esse é o termo usado
-, e, na depuração, vem o contingenciamento. Então, letra morta: não se
executa, não prospera, não leva a resultado.
O
Ver. Braz, que é um estudioso da matéria, não me contestaria na minha afirmação
de que, enquanto não houver, na estrutura constitucional federativa, uma regra
pela qual o que se colocar no Orçamento tenha que ser realizado, salvo
excepcionalidades – e não como regra –, o Orçamento será uma bela peça de
promoção de boas intenções, de retas intenções, como é o caso concreto. Eu vejo
o Ver. Brasinha, eu vejo o Ver. Chiodo batalhando por um destaque nas suas
emendas, para que elas possam ser objeto de uma reconsideração, e vejo o Ver.
Elias Vidal, que relatou a matéria, recebendo um puxão de orelha do seu colega
por não ter acolhido algumas das suas emendas. Tudo isso, no meu entendimento,
de forma inconsequente, na medida em que tenha ou não o Ver. Elias Vidal
acolhido ou deixado de acolher a quase uma centena de emendas que foi oferecida
à Lei de Diretrizes Orçamentárias, elas serão ou não serão objeto de execução
de acordo com a vontade do Governo. E não é só o Governo do Fogaça, não! São
“os Governos”: é o Governo do Estado, é o Governo da União e assim por diante,
porque essa é a regra nacional! Enquanto não se mudar a regra nacional, Ver.
Mauro, ficamos na inconsequência. Por isso, então, acompanhei o Ver. Dib num
procedimento: eu não apresentei uma emenda sequer à Lei de Diretrizes
Orçamentárias, porque, primeiro, não quero me decepcionar; segundo, não quero
criar, na cidadania, uma expectativa de que algo será realizado, se não tenho
certeza de que venha a ser realizado depois. Aliás, esses dias, eu falava para
o Ver. Engenheiro Comassetto, que é um homem muito atuante, e o alertava: “Pelo
amor de Deus, fale com cautela a respeito do que está lá no bairro Restinga,
porque já foi tão anunciado que as pessoas têm o direito de não acreditar que
vá ser realizado.” E o Ver. Tarciso, que me honra com sua atenção, sabe bem o
que estou dizendo, não se brinca com o povo. Não se cria expectativa no povo
que não poderá depois ser satisfeita. Isso tem sido a maior razão de desgaste
da classe política neste País, que, a todo momento, anuncia as obras mais
maravilhosas, e elas ficam depois meramente no discurso. Por favor, não
incidamos nesse mesmo erro, enquanto não corrigirmos essa triste realidade que,
infelizmente, predomina no cotidiano do Legislativo deste País. Era isso, Sr.
Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a
palavra para discutir o PLE nº 025/09.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell; colegas
Vereadores e Vereadoras, senhoras e senhores, eu concordo plenamente com os
três colegas que me antecederam aqui na tribuna, para tratar, num primeiro
momento, do descaso com que este Legislativo é tratado pelo Executivo
Municipal. Fico mais impressionado que haja alguns colegas Vereadores que se
prestem para fazer um papel contra o Parlamento do Município de Porto Alegre, e
este ano foi o Sr. Elias Vidal. Quero saber o seguinte: para que vale a Câmara
de Vereadores motivar as entidades populares e comunitárias a apresentarem
emendas ao Orçamento, conforme o diálogo que vem sendo estabelecido? Ver.
Paulinho Ruben Berta, V. Exª que é um homem comunitário, sabe que quando
estabelece um diálogo das comunidades com o Governo e com este Legislativo, que
não aparece nos programas, é
uma obrigação de essas entidades se mobilizarem e trazerem a proposta aqui.
E o Ver.
Reginaldo Pujol, que me antecedeu, foi muito feliz aqui na sua observação – é
verdade –, e com a sua experiência ele me chamava a atenção: “Ver. Comassetto,
o Hospital da Restinga já derrubou muitos políticos”. Agora todos os acordos
políticos para o Hospital da Restinga ser construído estão executados. Neste
momento, o Hospital Moinhos de Vento está esperando o quê? A licença de
instalação da Prefeitura. Agora pergunte, meu querido Elias Vidal, prezado Ver.
Dr. Thiago: na Lei de Diretrizes Orçamentárias veio o tema Hospital da
Restinga? Não veio. O que a comunidade fez? Mobilizou-se e apresentou uma
Emenda. E o que o nobre Ver. Elias Vidal, do PPS, fez? Rejeitou solenemente,
como se isso não tivesse uma história, uma relação, uma construção desse
processo. Ora bolas, todos nós sabemos que o Secretário Tatsch, da Fazenda, fez
esse Relatório e o entregou para o Elias assinar. É uma pouca vergonha isso
acontecer!
Portanto,
o Legislativo tem que ter a sua autonomia nesse processo. E, mais do que isso,
o Ver. Elias Vidal rejeitou quase a totalidade, 98% da Emendas. E depois, no
final, apresentou umas Emendas de Relator. O que ele fez aqui? Uma Emenda da
Verª Sofia que ele rejeitou, aí apresentou como Emenda de quem? De Relator.
Quem é o Relator? O Ver. Elias Vida! E a Emenda foi aprovada. Outra Emenda que ele rejeitou, do Ver. Beto
Moesch e do Ver. Chiodo, depois a apresentou como do Relator. E como dizia o
meu amigo Tau Golin, na discussão sobre o Livro “Bento Gonçalves Herói Ladrão”,
isso é a política do chupim, é botar ovos nos ninhos dos outros para querer
depois colocar o seu nome gravado. É a política do chupim! Todos sabem o que é
o chupim, é aquela ave tradicional dos nossos campos, dos nossos banhados, ela
não faz ninho, ela coloca os ovos no ninho das outras aves; e o que as outras
aves fazem? Como ela é uma ave mais rústica e mais forte, ela mata os filhotes,
alimenta-se da comida, cresce, sai voando, cantando como chupim, mas foi criado
pelas outras aves, pelos sabiás, pelos tico-ticos, pelas corruíras. Portanto,
chupar emendas e rejeitar as emendas populares solenemente, tem que vir aqui
dizer por que o Executivo gasta só 38% do Orçamento aprovado. E aí eu poderia
falar do metrô, que nós aprovamos como diretriz, o Ver. Elias rejeitou; da
duplicação do Porto Seco para o Acesso Norte do Porto Seco, o Ver. Elias
rejeitou; da duplicação da Vicente Monteggia, que o Ver. Ervino veio aqui
anunciar outro dia, que o Executivo iria agora fazer, rejeitou. Bom, eu não
estou entendendo mais nada! Afinal de contas, eu gostaria que o colega, prezado
Ver. Elias Vidal, viesse a esta tribuna com uma justificativa muito bem
elaborada para poder nos apresentar, porque, por enquanto, para mim, isso
chama-se “política do chupim”. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Ver. Elias Vidal está com a palavra para uma Comunicação de Líder. (Pausa.)
Desculpe, Vereador, não pode Liderança...
O
SR. ELIAS VIDAL: Não
posso?
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): V.
Exª pode discutir a matéria, se os outros Vereadores lhe derem precedência, mas
Liderança durante a Ordem do Dia não pode, sou informado pela douta Diretoria
Legislativa.
O
SR. ELIAS VIDAL: Então,
o que eu posso?
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Se
os Vereadores Luiz Braz, Brasinha, Mauro Pinheiro, Todeschini, Celeste e
Oliboni derem precedência...
(Aparte
antirregimental do Ver. Carlos Todeschini.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Ver. Todeschini está inscrito e cedeu o seu tempo.
O
SR. LUIZ BRAZ: Sr.
Presidente, com todo respeito ao Ver. Elias Vidal, se ele pudesse ouvir
argumentos outros para que depois ele pudesse se pronunciar, já que ele é o
Relator da matéria, eu acho que ele prestaria um serviço maior para toda nossa
Casa. Eu não teria problema nenhum para ceder, mas eu acho que ficaria melhor
para o Ver. Elias, depois de ouvir os argumentos que nós temos...
O
SR. ELIAS VIDAL: Pode
ser, eu aceito. Aguardem-me que eu voltarei e darei a resposta do chupim. Vamos
ver quem é o chupim!
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): A
Mesa apregoa o Requerimento de destaque à Lei de Diretrizes Orçamentárias, do
Ver. Mario Manfro e outros, às Emendas n° 57, 56 e 63; o Requerimento de votação em destaque das
Emendas n° 46 e 47, do Ver. Alceu Brasinha, e outros; e Requerimento, de autoria
do Ver. Marcello Chiodo, para votação em destaque das Emendas n° 18, 19 e 21.
O
Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PLE n° 025/09.
O
SR. LUIZ BRAZ: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, inicialmente, quero
agradecer ao Ver. Elias Vidal pela compreensão para que eu possa estar nesta
tribuna, neste momento. Quero dizer que, quando estávamos analisando o Plano
Plurianual, tivemos a oportunidade de dizer, desta tribuna, que a forma como
foi enviado o Plano Plurianual pelo Governo a esta Casa iria dificultar o
processo de planejamento orçamentário. Porque a forma como o Executivo enviou o
Projeto fazia com que nós votássemos no Plano Plurianual, que é para quatro
anos, Projetos, por exemplo, que alocavam recursos, em determinadas situações,
que nós só deveríamos estar discutindo no Projeto de Orçamento, no final de
cada ano. Até porque é muito difícil que venha um projeto e nós possamos
vislumbrar, visualizar, recursos que serão aplicados durante os quatro anos.
Nós fazemos mais é um planejamento desses recursos; por isso o Plano Plurianual
sempre é utilizado com esse objetivo.
É
claro que quando vem para a cá a Lei de Diretrizes Orçamentárias, nós, aqui,
tínhamos, a essa altura dos acontecimentos, na LDO, de estarmos traçando as
diretrizes básicas dentro das quais serão votados os recursos no final ano. Eu
acredito que o Ver. Vidal também deve ter-se atrapalhado com relação à votação
da Lei de Diretrizes Orçamentárias, por causa da forma como veio do Executivo.
O Executivo manda para cá um planejamento que não é correto para se votar no
Orçamento.
E
o Ver. Adeli falava das suas Emendas, que não é lógico se rejeitar uma emenda
que fala, por exemplo, que o Orçamento vai estar destinado para corrigir a
fiscalização do comércio ilegal. É normal isso. O Orçamento tem que ser colocado
lá mesmo. Se eu estou falando que é fomento ao trabalho do artesanato, não há
razão, dessa forma como são colocadas, que dizem apenas a respeito do espírito
com que o Orçamento vai ser empregado, para que nós estejamos rejeitando essas
Emendas.
Nós vamos rejeitar Emendas
que realmente vão desvirtuar o pensamento com relação ao emprego dos recursos
que nós vamos ter no final do ano para o Orçamento do ano que vem, e aí nós
temos que rejeitá-las. Mas essas Emendas que são claras, que são lógicas, não há
razão para essas Emendas serem rejeitadas. Essas Emendas têm que ser acolhidas,
porque todas elas estão dentro do espírito que nós queremos realmente pregar
para o Orçamento.
Por isso acho que o Ver.
Elias foi atrapalhado pela forma como o Orçamento veio para cá. O Projeto veio
para cá – na minha opinião, pelo menos – de uma forma incorreta. Não deveria ter vindo, Ver. Mario Manfro, da
forma como veio. Se chegou aqui, se nós topamos votar o Projeto Plurianual da
forma como nós votamos, então, é claro que, quando nós chegamos aqui nas
diretrizes orçamentárias, fica difícil nós podermos discutir, porque está
inverso o processo. Quando chegar lá no final do ano, não sei o que nós vamos
votar, não vai ter praticamente o que votar, porque lá no final do ano, meu
querido amigo Proença, nós vamos votar alocação de recursos nessa e naquela,
pois nós já votamos isso quando nós votamos o Plurianual.
Então, aqui, por exemplo,
têm que ser corrigidos os 10%, que é de crédito instantâneo, crédito imediato,
nós temos que corrigir; sempre foi 4,5%, e aqui, não sei por que todo o ano vem
10%, e nós temos que corrigir para 4,5%, mas está incorreto, tem que corrigir.
Nós temos a verba de contingência, a contingência só coloca o mínimo, e eu acho
que tem colocar o mínimo e o máximo. Então, tem que haver uma Emenda para
corrigir; e tem de haver uma Emenda para corrigir também a quantidade máxima da
contingência, para que o Governo fique, realmente, dentro dos limites que nós
vamos colocar aqui. Então, não dá para votar contingência só colocando o mínimo
da contingência, têm de ser colocados também os valores máximos de
contingência; não pode deixar, simplesmente, para a legislação federal. Nós
temos que colocar aqui os parâmetros, os balizamentos que nós queremos dar.
Se o senhor é contra, teve
oportunidade, Vereador, de discutir conosco, chamar quem fez a Emenda. Eu estou
ao lado do seu gabinete, Vereador, sempre tive uma atenção muito especial com o
senhor, que foi do nosso Partido também, Vereador! Mais ainda: o senhor
rejeitar duas Emendas minhas que são sobre inclusão social no esporte? O senhor
é contra essas pessoas, Vereador? É com muita tristeza que falo isso para o
senhor, porque sempre considerei o senhor um grande amigo meu. E mais ainda,
Vereador: o senhor deveria pelo menos ter convocado, quem sabe, a minha
Bancada, do PTB, para discutir e verificar se estava errada essa minha Emenda,
Vereador. Mais ainda, Vereador: a partir de hoje, o senhor pode ter certeza -
eu achava que o senhor era só contra o meu Projeto dos bares, Vereador, aquele
Projeto -, eu penso que senhor é contra tudo na Cidade, o senhor só é favorável
ao senhor Vereador. Com todo o respeito que eu tenho ao PPS, com todo o
respeito que eu tenho pelos Vereadores Paulinho Ruben Berta, Toni Proença e por
V.Exa. também, Vereador, V. Exª rejeitou duas Emendas e se apossou das Emendas
dos colegas Vereadores Marcello Chiodo e Beto Moesch. Então quero lhe dizer,
Vereador, que quando o senhor tiver oportunidade de ser Relator, novamente,
quem sabe o senhor pense mais no que vai assinar. Estou aqui há cinco anos,
Verª Maria Celeste, e nunca tinha visto uma coisa assim, Ver. Bernardino, nunca
tinha visto! Por que rejeitar duas Emendas? Eu nunca apresentei Emendas, quando
apresentei duas Emendas, o querido e ilustre Vereador Elias Vidal rejeita as
duas. Parabéns, Vereador.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra pra discutir o PLE nº 025/09.
O
SR. MAURO PINHEIRO: Ver.
Adeli Sell, que preside a Sessão; demais Vereadores, Vereadoras, público que
nos assistem no Canal 16, público das galerias, como o Ver. Alceu Brasinha
falou, infelizmente, como membro da CEFOR, da Comissão de Economia Finanças e
Orçamento, da qual faço parte junto com o Ver. Elias Vidal, que foi o Relator,
nosso Presidente Airto Ferronato, temos de vir aqui a esta tribuna,
lamentavelmente, para falar sobre fatos dessa natureza. Vereador Elias Vidal,
com todo o respeito, o senhor é um Vereador popular que foi eleito com o voto
do povo, que assumiu uma cadeira, e o Vereador tem de respeitar esses votos
dessa população que o elegeu para trabalhar pela população desta Cidade e não
pelo Executivo, Vereador. Pois, o Ver. Elias Vidal, quando assumiu essa
Relatoria, infelizmente, foi até o Paço Municipal buscar ajuda do Executivo,
negando todos os votos da população que o elegeu Vereador para trabalhar pelas
comunidades, pela população. Nós, do Legislativo, estamos aqui, Vereadores, justamente
para fiscalizar o Executivo! A LDO é um instrumento, e nós, Vereadores,
devemos, sim, fiscalizar, criar emendas, melhorar a LDO! É isso que a população
e as comunidades que votaram em nós, Vereadores, esperam de nós!
Está
aqui, noticiado no Jornal do Comércio que, da semana passada: “Vidal esteve com
técnicos da Secretaria da Fazenda para buscar esclarecimentos sobre a Peça
Orçamentária”. Isso não se justifica; nós, Vereadores, estamos aqui para
fiscalizar e não para servir ao Executivo, para fazer como eles querem! A nossa
principal função é fiscalizar. Pior ainda, Ver. Elias Vidal, o senhor ainda diz
que rejeitou as Emendas, reprovou a maioria das Emendas porque falta
conhecimento para os Parlamentares desta Casa! O senhor julgou os Parlamentares
dizendo que eles não teriam conhecimento e, por isso, rejeitou as Emendas! Isso
é uma falta de respeito para com os outros Vereadores, Ver. Elias Vidal! Das 74
Emendas apresentadas por esta Casa, o senhor reprovou 71 Emendas! Aprovou
apenas três Emendas, sendo que uma dessas foi assinada pelo conjunto dos
Vereadores desta Casa. Além de rejeitar as Emendas desses Vereadores, o senhor
rejeitou Emendas populares, Emendas importantes, e ainda alegou que elas não
estavam no Plano Plurianual ou que o Município estaria prejudicado porque iria
ter um desequilíbrio fiscal de receitas e despesas, quando nós sabemos que a
LDO são diretrizes...! Depois, nós teremos, logo ali, à frente, o Orçamento; e
aí, sim, falaremos em valores, Vereador. As Emendas que o senhor rejeitou são
Emendas importantes, emendas populares, como pesquisa do Sistema Produtivo do
Arquipélago; implantação da primeira fase do metrô, de autoria da Verª Maria
Celeste! Uma outra emenda popular: implantação, também, da primeira fase do
metrô. Popular: Escola Técnica da Restinga; Escola do Teatro Popular “Ói Nóis
Aqui Traveiz”, Verª Fernanda, e foram todas elas aprovadas no PPA, aqui mesmo,
pelo conjunto de Vereadores desta Casa, e o senhor as rejeitou, Vereador! É
lamentável!
Nós,
Vereadores desta Casa, não podemos aceitar a atitude de um colega que foi
buscar ajuda no Executivo, quando nós estamos aqui e fomos eleitos pelo povo
para fiscalizar o Executivo!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Ver. Elias Vidal está com a palavra para discutir o PLE nº 025/09.
O
SR. ELIAS VIDAL: Sr.
Presidente dos trabalhos, Ver. Adeli Sell; Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores,
público que nos assiste pela televisão e aqui nas galerias, em primeiro lugar,
eu quero dizer que eu recebi três vezes o convite para ser o Relator, por duas
vezes eu o rejeitei. O Presidente da Comissão à qual eu pertenço, Ver. Airto
Ferronato, convidou-me três vezes - ele está aqui e pode confirmar se isso é
verdade ou não -, e eu disse “Não, não aceito, não quero.” Ele me disse:
“Vidal, aceita!”, pela segunda vez, e eu disse: “Não, não quero, me deixa de
fora.” Na terceira vez: “Vidal, aceita a Relatoria?” E eu aceitei. Bom, aceitei
a Relatoria e fui atrás de informações, porque esta Casa trabalha muito em cima
de um expediente que se chama Pedido de Informações, e os senhores fazem isso
quase todos os dias, toda semana. Bom, fui buscar informações em todos os
lugares, inclusive nesta Casa; há material aqui sobre o qual eu fui pesquisar;
eu fui ver como é que os senhores agiam quando estavam no poder, quando os
senhores eram os relatores, e quando os senhores eram os Presidentes das
Comissões, especialmente da CEFOR! Eu tenho aqui material para provar para os
senhores! Eu fui em busca, eu fui fazer uma analogia, eu fui comparar algumas
coisas para saber que caminho tomar. Não fui submisso, não fui pedir as bênçãos
para ninguém! Eu fui a todos os lugares, inclusive o fiz como muitos Vereadores
aqui dentro que têm experiência. Fui me aconselhar e pedir informações, porque
nunca havia sido Relator.
Bom,
na matéria que saiu no jornal, que diz que falta conhecimento, hoje eu tenho
certeza disso: se eu tinha dúvidas, quando fiz a matéria, hoje eu acho que
falta conhecimento, e não existe nenhum demérito nisso, porque eu, publicamente,
disse: “Falta-me conhecimento, e vou em busca.” Hoje, eu agradeço ao meu
Presidente Airto Ferronato, agradeço muito, porque tive que aprender nas
últimas três semanas o que eu não aprendi em quase sete anos de mandato. E
acredito que, se o Ver. Brasinha, ou outro que não tem esse tipo de
experiência, viesse aqui, teria que fazer uma relatoria da forma como eu fiz.
Eu vou explicar por quê. Primeiro, eu elegi critérios e peguei dois pilares
para abalizá-los: a Constituição Federal e a Lei de Responsabilidade Fiscal.
O
Vereador é eleito, em primeiro lugar, como diz o Ver. João Dib, não para fazer
leis, mas para fiscalizar, para cuidar da saúde financeira, para ver se as
execuções estão indo corretamente. Essa é a primeira função, segundo o homem de
maior experiência nesta Casa. Eu fui, então, em busca de conhecimentos em todas
as direções, para não errar, e me deparei com dois pilares irrefutáveis: a
Constituição Federal e a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Na
Constituição Federal, o art. 166, parágrafo 4º, diz o seguinte: (Lê) “As
emendas ao Projeto de Lei das Diretrizes Orçamentárias não poderão ser
aprovadas quando incompatíveis com o Plano Plurianual.” Querem brincar de ser
Vereador? Querem brincar de discurso fácil? Não dá, senhores! Venham com responsabilidade
para falar nesta tribuna. Se vocês provarem que eu estou errado, eu rasgo a
Constituição Federal e jogo-a no primeiro lixo que eu encontrar; o que eu não
vou fazer.
Aí, diz aqui na Lei de
Responsabilidade Fiscal, Lei Complementar Federal nº 101, de 4 de maio de 2000,
que a Lei de Diretrizes Orçamentárias atenderá ao disposto 2º do art. 165 da
Constituição, que disporá também sobre equilíbrio entre receitas e despesas. Eu
não posso ser um desequilibrado e vir aqui para aprovar um discurso fácil que é
contra a Constituição Federal! Agora, que todas as emendas são meritórias,
todas elas o são! Todas são meritórias! Eu não estou aqui para julgar o mérito.
Eu fui convidado pelo Presidente da Comissão de Economia e Finanças para julgar
o que é constitucional e o que não é! O que não é, eu não vou... Podem vocês
todos ficar contra mim, mas eu vou fazer o que está na Constituição!
Agora, o
que falta para alguns Vereadores é conhecimento, o que faltava para mim também,
e eu tenho humildade de aceitar, e que bom que aceitei, porque tive que
estudar. Nesses últimos dias, Vereador...
O
Sr. Alceu Brasinha: V.
Exª permite um aparte?
O
SR. ELIAS VIDAL: Não sei
se posso dar aparte ou não, mas V. Exª já falou no seu tempo, deixe eu
terminar.
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Ver. Paulinho Ruben Berta inscreve-se para discutir o PLE nº 025/09 e cede seu
tempo ao Ver. Elias Vidal. Vereador, V. Exª tem mais cinco minutos para
concluir.
O
Sr. Alceu Brasinha: V.
Exª permite um aparte?
O
SR. ELIAS VIDAL: O
senhor está roubando meu tempo, deixe eu concluir, por favor! O senhor tem que estudar um pouco mais para
entender, querido.
O
Sr. Alceu Brasinha: O
senhor não estudou, Vereador! Se estivesse estudado, não usaria esse critério.
O senhor nem usou a Constituição Federal; o senhor usou a “Constituição Vidal”.
O
SR. ELIAS VIDAL: Vereador,
V. Exª tem que estudar mais a LDO, não dá para vir aqui discutir somente o mérito. O que quero dizer aos
senhores, e vou usar o tempo do Ver. Paulinho, meu colega de Bancada, a quem
agradeço, é que quando o PT era Governo e tinha a relatoria e a presidência na
mão - vou mostrar para vocês como o discurso muda, dependendo do lugar -, na
LDO de 2005, 2004 e de outras mais, descobri – eu descobri não por querer achar
algum furo, mas para buscar conhecimento, e fui à biblioteca -, e percebi que o
PT não teve nenhuma emenda apresentada. Em 2004, quando o Prefeito era João
Verle, nenhuma emenda apresentada; fui mais atrás, em 2002, nenhuma emenda
apresentada.
O
que os senhores têm que fazer é vir aqui... E não é para achar graça, é de ter
vergonha, pois é preciso ter muita cara de pau para vir à tribuna, porque
quando estavam no Governo, com a relatoria nas mãos, nenhuma emenda. Quer dizer
que naquela época a Cidade estava plenamente satisfeita e não havia necessidade
de emenda nenhuma? Por que alguns Vereadores da época que ainda estão hoje aqui
- Vereadores Mauro Pinheiro, Comassetto, Oliboni, Adeli Sell -, todos os
Vereadores que na época eram seus colegas, amigos do PT, não apresentaram
nenhuma emenda? Emenda: zero!
Agora
o comportamento da base aliada é o mesmo, lá atrás apresentaram emendas e hoje
apresentam emendas. V. Exas do PT não apresentavam emendas e hoje
apresentam emendas. Isso é comportamento, pesos e medidas diferentes. Agora
veio o Vereador na tribuna e me chama de chupim; veio outro Vereador e disse
que eu sou submisso ao Governo. Ver. Mauro Pinheiro, é uma falta de vergonha,
os arquivos não mentem, está aqui registrado. Quando seus colegas estavam no
Governo, não apresentaram nenhuma emenda, será que foram os Governos de Verle e
de Raul Pont que disseram que não era para apresentar nenhuma Emenda? Sabem por
que V. Exas não apresentaram emenda nenhuma? Porque no fundo sabem
que essa discussão está no lugar errado, ela é do PPA, ela não é da LDO, a LDO
é para corrigir algumas coisas. Mas vocês estão discutindo o mérito de coisas
que são lá do PPA. Isso eu aprendi, eu tenho humildade para dizer que aprendi.
Muitos dos senhores têm que aprender isso, V. Exª não sabe. Falta esse
conhecimento para V. Exª Por que, quando no Governo do Prefeito Verle e de
outros Prefeitos do seu Partido, V. Exas não apresentaram? Tem que
vir a esta tribuna e explicar por que não apresentaram nenhuma emenda. Por que
não apresentaram nenhuma Emenda? E agora, sim, mais de 40 Emendas! É uma falta
de vergonha! E vem me chamar de chupim, quando eu estou trabalhando com
seriedade, com base na Lei de Responsabilidade Fiscal e pela Constituição? É
uma falta de vergonha! E, se não me falha a memória, Ver. Adeli Sell, tenho um
profundo respeito por V. Exª, V. Exª era o Relator de uma delas. Eu não quero
pecar, minha mente humana pode ser falha, mas tudo me diz que V. Exª era
Relator e não apresentou também Emendas aos seus colegas na Relatoria. E
agora, convenhamos, vem a esta tribuna oferecer sonho fácil, vem oferecer aqui
um discurso barato!
O
Sr. Mauro Pinheiro:
Vereador, o senhor que é tão contra emendas, por que apresentou Emendas quando
era Relator? E ainda Emendas em cima da Relatoria.
O
SR. ELIAS VIDAL: Mas que
falta de respeito, vem me interromper sem eu lhe dar consentimento! Essa mesma
falta de respeito é como você costuma agir.
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Vereador,
encerrou seu tempo.
O
SR. ELIAS VIDAL: Eu vou
voltar e vou estar atento aos jornais, rádio e televisão, Ver. Alceu Brasinha,
para fazer o contraponto das mentiras de vocês.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Ver. Vidal, seu tempo já esgotou há bastante
tempo.
O
Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra para discutir o PLE nº 025/09. Eu
gostaria que os Vereadores fizessem silêncio no plenário para ouvir o Ver.
Oliboni.
(Tumulto
no plenário.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Ver. Oliboni, vou assegurar seu tempo.
Vereadores,
por favor, silêncio no plenário! Vou interromper a Sessão. Estão suspensos os
trabalhos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 17h43min.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell – às 17h44min): Estão reabertos os trabalhos. Srs.
Vereadores e Sras Vereadoras, peço que se atenham ao tema,
que é a discussão da LDO.
O
SR. NILO SANTOS: Sr.
Presidente, a pauta é bastante extensa, não precisamos desse tipo de show
aqui dentro para tentar ganhar uma foto, e a minha solicitação é para que o
Mário sirva um chazinho para acalmar o Ver. Elias; senão, não chegaremos ao
final.
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Está
aceito. Ver. Aldacir José Oliboni, V. Exª tem os cinco minutos repostos para
discutir o PLE nº 025/09.
O
SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre
Presidente, Ver. Adeli Sell; colegas Vereadores e Vereadoras, público que
acompanha pela nossa Rádio e pela TVCâmara, realmente somos testemunhas de que,
muitas vezes, o Prefeito Municipal de Porto Alegre, José Fogaça, disse aqui e
em outros lugares que valorizava a Câmara, que inclusive respeitava muitas das
proposições apresentadas por esta Casa. Mas, infelizmente, o Prefeito José
Fogaça faltou com a verdade, porque se a Peça Orçamentária, se a LDO de fato
teve a avaliação do Governo, o Governo não falou a verdade, porque, das Emendas
apresentadas pelos Vereadores, Ver. Elias Vidal - e sei que V. Exª é um
Vereador esforçado -, não justifica o fato de que 99% dos Vereadores não foram
valorizados: suas emendas foram rejeitadas, as nossas emendas foram rejeitadas.
E V. Exª fala, em alto e bom som, dando uma demonstração de que é professor na
área, e isso não pega bem, Vereador. Devemos ter coerência, respeitar a
diversidade e deixar que o Vereador, no momento oportuno, no encaminhamento da
sua Emenda, coloque o seu ponto de vista.
E
eu diria o seguinte: há poucos dias nós aprovamos algumas Emendas, e agora, na
LDO, V. Exª diz o seguinte: rejeitada e aprovada no PPA. Qual é a diferença do
PPA e da LDO? São diretrizes, Vereadores, não estamos direcionando recurso
nenhum: nós vamos destinar recursos ali adiante, na Peça Orçamentária. E V. Exª
faz um discurso como se de fato estivéssemos comprometendo a Peça Orçamentária.
Não chegamos lá, ainda.
Então,
essa histeria de querer dizer que nós estamos fazendo coisas
inconstitucionais... Uma coisa não tem nada a ver com a outra! Acho que cabe ao
porto-alegrense - inclusive, aqui há muitas Emendas populares - ser reconhecido
como cidadão que está preocupado com as políticas públicas que o seu Governo
não faz; porque V. Exª faz aqui, com todo o respeito, a defesa de um Governo
incompetente, incoerente e incapaz, que não respeita as decisões nem mesmo do
Orçamento Participativo, porque apenas 40% das obras que a população está
decidindo são executadas!
Então,
uma coisa é ser coerente; a outra é falar a verdade aqui, no momento oportuno,
exatamente no lugar onde acontece a diversidade e até mesmo a disputa da
Emenda. É uma incoerência de sua parte dizer que, na verdade, fez isso, tomou
essa atitude de rejeição porque são inconstitucionais. Não é verdade! Esse é o
primeiro aspecto.
O
segundo aspecto que saliento ocorre na medida em que temos uma Emenda e que o
Relator não tem a liberdade, como V. Exª fez, de logo ali adiante copiar a
Emenda e aprová-la; acho que o primeiro tem que prevalecer, o primeiro
Vereador. Se houver três Emendas iguais, e o Chiodo foi o primeiro, a dele tem
que ser aprovada e as demais rejeitadas. Então, aí também cometeu um grande
erro, o Relator.
Nós
estamos aqui para aprender, concordo com isso. Vereador que, às vezes, está no
primeiro ano, no primeiro mandato... Realmente, há muitos professores aqui,
muitos Vereadores que são professores. Vereador, V. Exª é um Vereador com
experiência, não precisa vir com um discurso aqui para desmerecer os demais.
Portanto,
cabe a todos nós legitimarmos as nossas causas e a causa da população e
aprovarmos aqui as Emendas que foram rejeitadas. Tenho certeza absoluta, Ver.
João Antonio Dib - V. Exª que tem uma larga experiência nesta área e que é da
CEFOR - de que muitas Emendas de grande mérito que foram rejeitadas e que são
vistas com os olhos de contribuição para a Cidade, para melhorar a Lei de
Diretrizes Orçamentárias devem ter aqui derrubada a rejeição, devem ser
aprovadas pelo bem da população, e inclusive do próprio Governo, porque senão
é desrespeitado o direito legítimo do Vereador, que representa a
população, e, ao mesmo tempo, porque um Vereador achou por bem rejeitar e tem que prevalecer a opinião dele.
Portanto,
eu tenho certeza absoluta de que a maioria dos Vereadores está consciente de
que essas Emendas, Ver. Elias, são exatamente para contribuir com a LDO, e, com
certeza, iremos mudar a votação neste momento, neste Plenário. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell):
O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir o PLE nº 025/09.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB:
Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu entendo
que não é fácil fazer o Relatório sobre a LDO, sobre o Plano Plurianual ou
sobre o Orçamento.
Eu
assinei o Parecer do Ver. Elias Vidal sem nenhuma preocupação. Ele rejeitou a
maioria das Emendas.
A
Lei de Diretrizes Orçamentárias é uma proposição que o Prefeito faz para
preparar a Peça Orçamentária, e, então, ele diz mais ou menos o que vai fazer.
Eu não vejo, eu não entendo, eu não aceito 75 Emendas à Lei de Diretrizes
Orçamentárias. Por isso eu não li o Parecer, simplesmente assinei.
Eu
avisei, eu solicitei aos prezados colegas: não façam tantas Emendas. Ou nós
vamos fiscalizar ou nós vamos administrar a Prefeitura. Nós, com 75 Emendas,
realmente estamos fazendo a administração do Prefeito, nós estamos mudando o
que ele quer. Nós não queremos deixar que ele administre a Cidade.
Essa
história de consultar o Executivo... Não podemos esquecer do André Passos, que
falava aqui dentro do Plenário - aqui dentro do Plenário. E era uma pessoa que
eu gostava, uma pessoa que era correta - e é correta -, mas vinha ao Plenário
para dizer para os Vereadores do PT como votar e tentar influenciar a oposição,
que era muito maior - e a oposição não criava problema. Agora, eu não vejo como
apresentar 75 Emendas. Algumas, evidentemente, teriam que ser apresentadas;
cinco, seis, oito, 10 Emendas. Mas, 75?! Todo o mundo quer aparecer como autor
de uma Emenda! Eu não fiz nenhuma Emenda! Eu olhei a LDO, a proposta do Prefeito
e achei que estava boa! Ele tem lá as suas 12 linhas, os seus 12 programas de
trabalho, e eu deixo que ele faça! Agora, todos os meses eu olho o que ele está
fazendo, eu verifico o que ele está gastando, onde é que está sendo colocado o
dinheiro. Então, pelo amor de Deus, eu acho que nós tínhamos que ter muito mais
tranquilidade, muito mais desejo de fiscalizar bem a proposta do Prefeito do
que de emendá-la de tal forma que depois ela fique desfigurada. Não podemos
fazer isso, não temos o direito de fazer isso.
Então,
se há alguma Emenda necessária porque algo foi mal apresentado, porque ele
propôs 10% para liberar as Emendas de suplementação, e nós baixamos, eu acho
que está certo apresentar meia dúzia, 10 Emendas, mas apresentar 75 Emendas é
querer fazer uma nova Lei de Diretrizes Orçamentárias.
Eu
até devo dizer, por uma questão de justiça, que nós já tivemos momentos em que
nós houve mais do que 75 Emendas, mas eu acho que, neste caso, não há
necessidade de 75 Emendas. Infelizmente, elas foram destacadas e nós vamos ter
que votar uma a uma, o que nos mostra um horizonte turvo, como o tempo está
agora, para quarta-feira, quando nós realmente entraremos na área de votação.
Eu espero que haja compreensão, eu espero que haja tranquilidade, seriedade e
responsabilidade, para que nós possamos levar a bom termo a votação da Lei de
Diretrizes Orçamentárias, que se encerra na quarta-feira.
Nós
deveríamos estar examinando o Plano Diretor agora, mas eu mesmo propus que nós
não examinássemos o Plano Diretor, porque nós não conseguiríamos votar só na
quarta-feira a LDO. E nós precisamos votar a LDO. Tem prazo, tem data, tem
importância, e nós precisamos fazê-lo. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Carlos Todeschini está com a
palavra para discutir o PLE nº 025/09.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell, demais
Vereadores, público que acompanha esta Sessão, vejamos: as leis orçamentárias,
as três – Plano Plurianual, LDO e a Lei Orçamentária Anual - são complementares
e deveriam ser os marcos referenciais para planejamento, organização e gestão
de um Governo; mas, desse jeito, infelizmente, isso não vai acontecer. Por quê?
Porque já está sendo muito falha a aplicação das leis, ordinariamente; porque
grande parte delas tem execução zero, uma execução pífia ou inexistente. Isto
tem levado a um desgaste e a um descrédito de todos. Agora, tem que deixar bem
claro: a responsabilidade é do Executivo, que não cumpre as leis que são
votadas aqui e interfere de maneira indevida, não valorizando o papel dos
Vereadores. Quanto a isso, nós não podemos ter dúvidas.
Vejam
só, vamos pegar aqui o caso da Saúde no Estado, pesquisa de hoje, do jornal
Zero Hora, segunda-feira, Ver. Airto Ferronato: “Sessenta e sete por cento dos
gaúchos veem a saúde como o maior problema, como a maior preocupação; e em
segundo lugar a segurança, 50% dos gaúchos têm a segurança como a maior
preocupação.” Poderíamos estar falando aqui do Estado e da Governadora do
Estado. Agora, vamos analisar os investimentos até o final de agosto de 2009,
no Município de Porto Alegre: Execução orçamentária da Saúde, para o recurso de
29 milhões de reais: 5,9%, 1 milhão e 700 mil reais, Verª Fernanda Melchionna.
Para a publicidade já foram uns 14, mas para a saúde, 1,9 milhões de reais. É
por isso que os postos estão todos fechando; é por isso que o HPS está pedindo
socorro; é por isso que o PACS está insuportável.
E
aí o Conselho Municipal de Saúde enviou para a COSMAM - está disponível para
todos os Vereadores - uma análise dessa Lei e um conjunto de sugestões, que
chegou tardiamente, mas que estava contemplada nas Emendas aqui produzidas, de
maneira muito eficaz, muito correta e muito oportuna pelos Vereadores,
principalmente pelo Ver. Aldacir José Oliboni, que produziu as emendas para a
Saúde, com atenção especial à questão da saúde mental, dos Caps, da ampliação
do atendimento hospitalar, enfim, do Hospital da Lomba do Pinheiro. Resultado:
todas as Emendas foram rejeitadas.
Então,
todo o trabalho aqui da Câmara parece que deve ser o seguinte: “Amém
Executivo”, “Sim, senhor Executivo”. E aí, Ver. Elias Vidal, com todo o
respeito que tenho por V. Exª, o Executivo já é hipertrofiado. Hipertrofiado
por interferir aqui na Câmara em demasia e por não fazer nada. Hipertrofiado e
incompetente, inclusive. Estamos criando um monstrengo que é essa peça, que
sequer vai dar elementos potentes de planejamento, de compromissos e de
orientação para o futuro.
Ver.
Elias, com todo o respeito que lhe devo e tenho por V. Exª, aqui não está em
questão a Lei de Responsabilidade Fiscal, muito menos questões de afronta
constitucional, porque isso não está em Pauta, até por que elas não existem.
A
Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO – são diretrizes que devem contemplar uma
visão conceitual e estratégica de planejamento para a ação de Governo. E não fazer aquilo que está acontecendo, por
exemplo, lamentavelmente vi o Prefeito Fogaça dizer, no último sábado de manhã,
na Conferência da Confederação das Mulheres Gaúchas, que a maior conquista das
mulheres do Brasil é o SUS. Eu concordo com ele quanto a isso. E depois ele
diz: “No meu Governo, dou absoluta prioridade para as políticas da saúde da
mulher”, Verª Maria Celeste, e a execução do Programa de Saúde da Mulher foi de
sessenta e sete reais. Esta é a prioridade que é dada. E mais: para 2010,
extingue o Programa. Esse é o prêmio.
Então,
como vai fazer gestão e administração em política pública desse jeito? Não dá.
Está totalmente virado de ponta-cabeça o que vem do Governo. E esse Relatório
também está com problemas muito graves. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. ALCEU BRASINHA: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, quero
dizer ao Ver. Elias Vidal que eu nunca falei para ninguém, jamais disse que
tenho estudo. Eu tenho a 5ª série, mas tenho a faculdade da vida, Vereador. E
se o senhor, Vereador, estudou tanto assim, o senhor não poderia ter usado esse
critério tão cara de pau como o senhor usou, Vereador: o senhor disse “zero de
emenda”, mas as suas Emendas o senhor aprovou, Vereador! Aliás, se apossou de
uma Emenda que era do Ver. Marcello Chiodo e do Ver. Beto Moesch. Qual foi o
critério que o senhor usou, Vereador? Qual foi o critério que o senhor usou?
Vale para o senhor o critério, Vereador? Vale para o senhor? Mais ainda: usou a
Constituição Federal. A Constituição Federal permite emenda, sim, Vereador;
permite emenda! Não permite na sua concepção! O senhor usou a sua “Constituição
Vidal” para aprovar as suas Emendas, isso sim, Vereador. E o senhor saiu
dizendo que eu tinha que estudar mais. Vou estudar mais, Vereador, para não
fazer o fiasco que o senhor fez na sua Relatoria. Não vou pecar como o senhor
pecou, Vereador, e jamais vou chegar neste microfone e dizer que tenho
autonomia de querer mandar o senhor estudar. Eu não faria isso, Vereador, e
sempre tive respeito pelo senhor todas as vezes, Vereador.
(Aparte
antirregimental do Ver. Elias Vidal.)
O
SR. ALCEU BRASINHA: O
senhor sequer me permitiu um aparte para eu perguntar para o senhor. O senhor
não permitiu, Vereador, mas, se o senhor quer fazer um aparte, pode usar; eu
não tenho o mesmo caráter que o senhor tem, Vereador.
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Alceu Brasinha, eu acho
que nós temos que serenar os ânimos. A LDO é encaminhada a esta Câmara, nos
últimos 20 anos, da mesma forma: um Ofício de dez linhas. Eu acho que um copia
do outro e manda a Lei de Diretrizes Orçamentárias. E nós votamos a Lei de
Diretrizes Orçamentárias. Nós não devemos fazer a Lei de Diretrizes
Orçamentárias; nós vemos se ela está boa ou está má. Nós não precisamos emendar
tanto quanto emendamos. Eu não estou analisando as Emendas de V. Exª; só estou
dizendo que, na realidade, 75 Emendas é muita emenda para uma Lei que o
Prefeito faz num ofício de dez linhas. Eu acho que ele copiou do Prefeito
Verle, que copiou do Prefeito Tarso Genro, que copiou do Prefeito Raul Pont,
que copiou do Prefeito Olívio Dutra. Então, não há por que discutir tanto, não
há por que brigar tanto. Eu não sei exatamente quais são as Emendas de Vossa
Excelência. V. Exª falou sobre incentivo ao esporte; eu acho que isso deve ser
feito, mas não é na LDO que nós devemos fazer. Peço desculpas a V. Exª, mas eu tinha que
pedir este aparte e dizer o que disse. Saúde e PAZ!
O SR. ALCEU BRASINHA: Ver. Dib,
obrigado por ter contribuído, mas eu volto à pergunta. Eu gostaria que o Ver.
Vidal viesse a esta tribuna e explicasse o critério que ele usou. Qual é o
critério que ele usou? Ele se apossou de duas Emendas, a do Ver. Beto Moesch e
a do Ver. Marcello Chiodo, e aprovou as dele. Então, que ele não aprovasse, que
usasse um critério igual para todos, mas não que beneficiasse a si próprio.
O Sr. Mauro Pinheiro: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Brasinha, muito obrigado pelo aparte.
Eu só queria ajudar quando pedi um aparte para o Ver. Elias Vidal e não me foi
cedido o tempo, fazendo uma pergunta para ele. Se ele é tão contra as emendas,
por que ele ainda fez emendas em cima das emendas de outros Vereadores?
Utilizou as emendas dos Vereadores para fazer emendas de Relator! Era isso que
eu gostaria de entender e quero dizer que - o público que nos assiste talvez
não saiba – nós somos cinco Vereadores na CEFOR, na Comissão em que foi
aprovado o Relatório, e este Vereador já votou contra e já poderia ter parado
esse Relatório lá na Comissão. Muito obrigado.
O SR. ALCEU BRASINHA: Obrigado,
Vereador.
O Sr. Marcello Chiodo: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Brasinha, obrigado pelo espaço. É de
ficar perguntando também para o Ver. Elias Vidal por que é que a minha emenda
não passa, a do Beto também – que é igual à dele –, e a dele passa. A da Maria
Celeste também é igual à dele, a da Sofia também é igual à dele. Por que a dele
passou e as nossas não?
O SR. ALCEU BRASINHA: Eu gostaria de
perguntar para ele também, Ver. Marcello, se ele copia as emendas de todo
mundo, por que ele não faz as emendas do jeito que ele sabe, do jeito que ele
quer fazer, em vez de copiar de um colega Vereador?
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Ver. Alceu
Brasinha.
A Verª Maria Celeste está com a palavra para discutir o PLE
nº 025/09.
A SRA. MARIA CELESTE (Requerimento):
Sr. Presidente, na minha argumentação, eu gostaria de usar o material
disponibilizado pelo Ver. Elias Vidal, mas ele não quer me ceder para eu levar
para a tribuna.
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Evidentemente,
V. Exª tem todo o direito de usar o material. V. Exª pode usar. O material é da
Câmara Municipal de Porto Alegre. Ver. Vidal, V. Exª está exorbitando de suas
funções. A Verª Maria Celeste está com a palavra para discutir o PLE nº 025/09.
A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente,
Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, eu solicitei - e o Ver. Toni Proença estava ao seu lado e pode
confirmar - o Processo para dar uma olhada, e o senhor me autorizou. Ver. Elias
Vidal, eu não sei por que o senhor está tão nervoso! Queria dizer que à LDO de
2004, Ver. João Dib, foram apresentadas 300 emendas. Não foram 74, foram 300!
Foi destacada a grande maioria das emendas, e foram destacadas por seus autores,
o Ver. Raul Carrion, o Ver. Pujol, o Ver. Beto
Moesch, o Ver. Ervino Besson, o Ver. Elói Guimarães, nosso Secretário; o Ver.
Luiz Braz, o Ver. Sebenelo, o Ver. Elias Vidal destacou as suas emendas. Então,
em 2004, havia 300 emendas. E está correto, o Parlamento tem que se manifestar
sobre o projeto que está aqui e se é necessário emendar ou não.
Agora
lhe respondo também, Ver. Elias Vidal, por que a Bancada do PT não apresentava
emenda e não apresentou em 2005. O senhor está absolutamente correto, porque
nós temos o Orçamento Participativo na Cidade, acreditávamos que aquela Peça
Orçamentária era montada a partir da decisão do OP e vinha para a Casa com as
demandas consolidadas.
Em
2005, na Administração do novo Prefeito Fogaça, que disse que ia manter o OP, a
Bancada do PT também não fez emendas. Por quê? Porque também acreditávamos que
o Prefeito estava mandando a mesma Peça Orçamentária montada no Orçamento
Participativo. Descobrimos, em 2006, que não era verdade. As comunidades, DJ,
começaram a bater aqui, na Bancada do PT, e dizer que aquilo que foi discutido
no OP não estava contemplado nas Peças Orçamentárias. Foi isso que aconteceu.
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Nobre Verª Maria Celeste, o
Orçamento Participativo não faz a LDO nem a Peça Orçamentária. O Orçamento
Participativo apresenta algumas propostas. E devo dizer a V. Exª que, no
primeiro ano do Prefeito Fogaça, ele realizou mais de 200 obras do Orçamento
Participativo das administrações anteriores. Havia até obra de 300 reais que
não tinha sido contemplada pelo Executivo anteriormente. Então, não é o
Orçamento Participativo que vai cuidar da Saúde, que vai cuidar da Educação.
Nós temos regras dentro da Lei Orgânica que definem os gastos da Educação e da
Saúde.
A
SRA. MARIA CELESTE: Claro,
Ver. Dib, mas montava-se a Peça Orçamentária pela deliberação do OP, a partir
daquilo que foi discutido, orçado, colocado, montava-se, no GPO, a Peça
Orçamentária. Agora, acreditar no Prefeito Fogaça dá nisso, dá no que deu, dá
no que dá! Não é possível o Prefeito vir a esta Casa dizer que a taxa de
investimento para o ano que vem terá um aumento de 14%! Isso significa um
investimento de 500 milhões de reais da Receita do Município. Ora, se até
agosto de 2009 ele não fez o investimento que estava previsto de 150 milhões de
reais, investiu apenas 89 milhões de reais, dá para acreditar no Prefeito
Fogaça? E aí, Ver. Elias Vidal, V. Exª vai me desculpar, V. Exª foi se socorrer
da equipe do Prefeito Fogaça, que não cumpre com aquilo que ele estabelece como
prioridade no Município, que não cumpre com aquilo que ele prometeu na
campanha, que não cumpre as demandas do OP. Dá no que dá, deu no que deu!
Infelizmente! Agora, as emendas são, sim, prioridade deste Parlamento fazer ou
não, a opção é de cada Vereador e de cada Bancada. Nós nos sentimos
desrespeitados através do Orçamento Participativo e, portanto, recompomos todas
as emendas. Agora V. Exª tem que vir a esta tribuna e justificar qual foi o
critério que V. Exª usou para não colocar na LDO sequer aquelas emendas que
foram aprovadas no PPA, as combinações que foram feitas, inclusive pelo
Gabinete de Planejamento aqui, em várias emendas, como, por exemplo, Ver. João
Antonio Dib, a Emenda nº 66, que trata da escola, do teatro popular, que foi
uma emenda consolidada, aprovada por todas as Bancadas a partir da iniciativa
da Verª Fernanda Melchionna e que foi rejeitada por V. Exª no Relatório! V. Exª
não leu o que diz o PPA? V. Exª não fez os dados comparativos para poder, de
fato, argumentar e ter um critério estabelecido para apresentação ou rejeição
de emendas? Não! Parece-me que houve, pura e simplesmente, uma deliberação de
que as emendas dos Vereadores, especialmente os da oposição, e as emendas
apresentadas pelas entidades, as emendas populares, todas fossem rejeitadas!
Portanto, é essa explicação que V. Exª tem que dar aqui para nós: qual o
critério que V. Exª adotou que não levou em conta sequer o PPA, que foi
aprovado pela Câmara Municipal. Muito obrigada.
E
quero fazer um registro aqui, Sr. Presidente: estou devolvendo o material,
porque o Vereador ficou muito nervoso quando o disponibilizou a esta Vereadora.
(Palmas.)
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Perfeito,
está à disposição. Encerrado o período de discussão.
Visivelmente, não há quórum. Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a
Sessão às 18h13min.)
*
* * * *